sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Jorge 10 - Cadê a escada?

Os outros tão mais ferrados que eu, se for possível. Todos sentiram o calafrio, ninguém sabe o que é, e agora todos nós estamos olhando pra essa enorme escada, e decidimos subir. No alto da escada eu abri uma escotilha, e ao entrar, pisei em terra e grama. Olhando pra cima, vi o céu, nuvens, e senti o cheiro do ar úmido de um lugar fora do castelo, mas que não é no deserto também. Quê? Não sei...

Levou um tempinho pra acostumar com essa ideia aqui. A escada se foi, a escotilha sumiu, sei lá cadê, e aí não dá pra voltar mais. Só nos resta ir adiante. Ouço um barulho ao longe, e vejo fumaça no céu. Olho para baixo, procurando o fogo, talvez uma vila foi incendiada, mas o que vejo só pode ser descrito como minha mente me pregando uma peça. Uma enorme cobra se arrasta no horizonte. Ela solta fumaça pela cabeça, e parece que recebeu uns cortes de algum tipo de espada no corpo, mas continua firme em seu caminho arrastado. Nunca ouvi falar em cobras desse tamanho, e na verdade tenho mais receio da espada que fez esses cortes do que da criatura.

No alto do céu vemos uma letra escrita. Raptic diz que é a letra do mago que queremos encontrar, aquele que a gente tava dentro do castelo dele, e agora não estamos, e não sabemos voltar pra dentro dele, e vamos em direção à letra. Uma carroça passa quase por cima de mim, mas não pode ser possível, porque ela não tem cavalos, e mesmo que tivesse, não existem cavalos que galopam tão rápido. Onde é que eu vim parar?

No caminho eu vi 5 lobos. No momento em que os vi, a fúria de Alihanna se acendeu em mim. Esses lobos não eram criaturas da deusa, não mais. Foram modificados por algum tipo de magia maligna que fez parte de seus corpos serem como aço. Pernas metálicas que soltam fumaça ao se mover, mandíbulas metálicas, todas as criaturas mudadas... É meu dever dar paz para as criaturas afetadas por essa magia demoníaca.

Com a minha espada e a ajuda dos meus companheiros, um a um os lobos dormem o sono eterno de Alihanna. Paz para o espírito bestial de todos eles. Que eles se encontrem inteiros e intactos nas grandes florestas e campinas da deusa...

Andamos até chegar em uma cidadezinha. Minha raiva ainda não tinha diminuído, mas o que se pode fazer quando se está andando sem rumo em uma terra desconhecida?

E qual não foi a minha surpresa ao ver que muitas das pessoas estavam sofrendo dessa maldição metálica... Será que esse mago Edrian sabe que isso tá acontecendo dentro da casa dele? Cada vez que essas pessoas se mexem  sai uma fumaça da parte metálica. Será que eu só vejo isso porque sou de outra terra?

Algumas pessoas chegam na cidade, do lado contrário ao qual chegamos, e os que parecem ser os moradores, começam a entrar nas casas, e se esconder. Um dos caras fala que quer pagamento do tributo que a cidade deve à gang dele. Estranho. O que seria uma gang? Não estamos gostando nem um pouco do jeito que esse cara fala, então dizemos que é melhor pra ele se deixarem essa cidade em paz. E ele pega uma caixinha no bolso, e aponta ela, e uma luz vem na minha direção. Esse sujeito realmente quer me iluminar nessa hora que eu to fazendo minha pose imponente segurando a espada? Outros estão segurando chicotes, mas toda vez que o chicote estala, um raio aparece nele todo. Hmm... Muito estranho...

Bati muito nesses tal gang. A cidade tomou vida de novo, as pessoas começavam a aparecer nas ruas, todas felizes e saltitantes porque os bocós tinham sido derrotados.

E agora estamos em uma taverna, fomos empurrados pela multidão, e estão nos comprando bebida e comida como se fossemos famosos ou algo do tipo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Jorge 9 - Abutres na areia.

Descanso dos vitoriosos sempre é bom, mas nem sempre é sentado do lado do cadáver da mulher leão que você acabou de matar... Na guerra a gente fica com o que tem; lá fora tá um sol da moléstia, aqui dentro tá um pouco mais fresco, e ainda é na sombra...

Tô vendo a Lorivana e o Raptic olhando bem de perto toda a decoração da casa, cada copo dourado, cada prato... Eu já tenho meu copo de colocar água, não preciso desses outros; o meu ainda por cima tem tampa, aí a água não cai quando eu viro ele de cabeça pra baixo. Esses outros copos eu só vi lá no castelo do rei anão, aquele que me deu o Christofar... O rei... O rei pai do Clóvis! E lá vem a Lorivana me dizer pra colocar todos esses copos na mochila. Pra quê, se eu já tenho um copo? Mostro a ela o meu copo, falo que não precisamos dessas coisas todas, mas ela tá muito preocupada da gente deixar tudo aqui... Lembra que antes foi a mesma coisa com as moedas? Eu acho que essa halfling tem um problema com coisas brilhantes. O Raptic também vem me dizer que acha que a gente tem que levar tudo. Eu nem sei se vai caber tudo na mochila. Esses dois tão ficando é loucos, mas vá lá, deixa, depois a gente vai precisar colocar uma coisa realmente importante na mochila, e não vai caber, porque tem uma cozinha inteira aqui dentro!

Olhamos a cozinha da dona Margarida, e alguém me diz que tem uma alavanca de puxar. E a Lorivana tá lá olhando bem de perto e apalpando a alavanca, acho que ela é muito pequena pra conseguir puxar, coitada. Ainda bem que Jorge está aqui! Chego heroicamente e, com uma mão só, puxo a alavanca! Ela mal consegue acreditar no que eu fiz! Vejo seus olhos se arregalarem de espanto... Fico feliz de ter ajudado uma companheira, mesmo que seja depois dela ter enchido a nossa mochila com copos inúteis...

O chão tá abrindo! Gente, o chão tá abrindo! ABRIU O CHÃO! Ó, uma escada... Vamos descer a escada? Tá todo mundo de acordo com a gente descer a escada que abriu no chão da cozinha da casa da mulher leoa que acabamos de matar? Tá bom então, vamos descer a escada... Eu vou na frente, já que estou me sentindo heroico hoje. Mas alguém vai lá fora antes pra buscar meu cavalo! Beleza!

Desci a escada, que terminou em um corredor. Está bem escuro, mas meus olhos de anão conseguem ver perfeitamente. E eu vejo que esse corredor não tem teto, ou se tem, não dá pra ver. E eu vejo os musgos nas paredes de pedra, as teias de aranha que vão até lá em cima, e até o chão. E eu vejo o chão transparente, de algum metal que não conheço, e por baixo, eu vejo cabeças de defuntos, mortos há muito tempo. Cabeças de muitas espécies diferentes, todas amontoadas debaixo desse chão invisível. Lorivana acende uma tocha, esqueço que ela não tem essa dádiva da visão.

E vamos andando. Andando... Andando...

Andando...

Andando...

Andando...

E essa porcaria não acaba! Eu juro que agorinha eu vi uma pessoa dentro da parede! Mas a parede é de pedra, não dá pra ter gente lá dentro, dá? Não sei, mas que eu vi, eu vi. Droga de túnel. Eu sinto que já tem 5 dias e meio que to andando sem parar aqui dentro. Tômuitoirritadomesmonãoseicomoqueeuaindanãomateiumdessescarasaquinesseescuro.

Cinquenta e sete dias depois, saímos desse inferno, graças à Paçoca, que me disse que era melhor continuar andando em frente do que voltar esse pedaço todo. Puxei outra alavanca, e abriu uma saída. Nunca se sabe o tanto que o sol do deserto faz falta até ficar 3 anos dentro de um túnel.

Bem na nossa frente, um enorme castelo. Parece que tem uma camada no ar, com uns desenhos. Os cavalos não vão adiante, então desmonto e vou caminhando na areia em direção à camada. Um velho aparece, e já sabemos o que vai acontecer. Ele fala "quantas maçãs dá pra colocar num cesto?", e já respondo, porque essa eu sei: são oito! Eu sei disso porque uma vez fui colher com o Grumj. Imediatamente a areia começou a se remexer debaixo dos nossos pés, e vamos afundando aos poucos. Do meio da areia pulam duas harpias e começam a nos sobrevoar. Ah, esses abutres... Como eu ODEIO abutres! Carniceiras malignas, enganadoras, sereias dos ares! Difícil bater em harpias que voam enquanto você se afunda no meio do deserto, então pego uma delas pelo pé de galinha, e isso me mantém o suficiente, o problema é manejar a espada e segurar essa maldita ao mesmo tempo.

Lorivana vai se afundar completamente em pouco tempo. Não estou preocupado com os outros, são elfos e quase elfos. Embainho minha espada e grito pra ela se segurar na minha mão, e uso minha força pra puxá-la e lançar com cuidado no dorso da harpia. Deu certinho, se cooperassem, as harpias seriam ótimas montarias voadoras para halflings, mas harpias só servem mesmo pra virar cadáver. Lorivana penetra sua espada no pescoço da criatura, e Raptic tostou a outra. Assim que morreram as abutres, a areia fez questão de nos levantar, e a camada do ar desapareceu.

Entramos no castelo. Escuridão total. Não consigo ver meus companheiros. Nunca passei por isso. Não sei o que esperar. Não consigo ouvir ninguém também. Uma luz verde começa a iluminar o salão. Do outro lado vejo um anão, quase do meu tamanho, quase do meu porte. Sinto nele a fúria dos anões das profundezas, e já sei que minha guarda não pode se abaixar nesse momento. Lutamos ferozmente em combate singular, e a cada golpe da minha espada, ele parecia ficar maior. Até que tinha o dobro do meu tamanho. Sinto o sangue na garganta, minhas pernas bambeiam. Solto um urro de dor. Alihanna me dê forças. Giro a espada mais uma vez, quase morto, mas melhor que esse outro anão, que está totalmente morto. As luzes se acendem, vejo os outros agora, e sinto um calafrio. Um mal agouro. Como se o vento tivesse passado através de mim, e por um instante senti medo.

Lorivana 1 - O Castelo de Erian



Depois de derrotar aquela mocreia que nos enganou, acabamos por descansar um pouco. Ela tinha cara de ser gente boa, mas acho q não ficou muito contente depois q matamos seus guardas.

Pois bem, estávamos dentro de uma pirâmide e não tínhamos muito pra onde ir, só havia muitos tesouros, ouro, prata, tudo de bom e uma alavanca ali no canto. Enquanto Raptic estava experimentando as joias, eu fui juntando o que eu ia levar. Sabe como é, só o essencial. Algo no valor de 300 peças de ouro ia servir, talvez eu até guarde umas joias para me enfeitar quando essa confusão toda acabar. O problema mesmo foi tentar convencer o anão a me deixar colocar o tesouro lá dentro. Ele não estava a fim de colaborar e eu não tenho paciência com gente assim, a minha sorte (talvez) foi o Raptic entrar na conversa para convencer Jorge a colocar todos os metais em nossa bolsa mágica, o único ônus foi ter de dividir com ele metade dos tesouros, mas tudo bem, provavelmente pilharei e saquearei mais gente no caminho para aumentar minhas riquezas. Eu fico indignada com algumas coisas. O Jorge pode colocar o gato dele lá dentro e 30 litros de água, mas eu tenho de pedir permissão pra colocar só 50 Kg de ouro e prata? Vai entender...

Eu investiguei os arredores em busca de armadilhas, mas não encontrei nenhuma. Mal dei o sinal de segurança e Jorge já estava puxando a alavanca. Ele é sempre tão impulsivo! 

Após o ato do nosso companheiro, uma escadaria revelou-se e seguimos por ela com nossos camelos atrás. Caminhamos por horas e horas e eu já estava ficando cansada, mas pelo menos não estava ficando louca como os rapazes que pareciam até enxergar vultos. Raptic parou um pouco para meditar ou sei lá o que esses magos fazem, eu o acompanhei para descansar os pés, mas Jorge estava destinado a seguir em frente. Parecia que aquele túnel não tinha fim, não tínhamos noção de tempo nem de claro ou escuro, mais algumas horas lá dentro e eu ficaria louca, certamente.  Entramos num dilema se seguiríamos ou voltaríamos. Eu queria voltar, pois estava desconfiada que aquele túnel poderia ser outra armadilha para nos deixar presos para sempre, mas Jorge usou sua conexão com os animais que se manifestou através da sua gata. Ela deu sinais de que seria melhor continuar em frente e quem sou eu pra desconfiar dos instintos de um bichano? Eles são quase como nós, ladinos.

Andamos mais um pouco e outra alavanca. Jorge a puxou e finalmente! Ar fresco e a claridade natural. Ainda bem que era por do sol, porque não machucaria muito meus olhos depois de passar horas ininterruptas dentro de uma caverna escura. Além disso, lá estava o que procurávamos: a Torre de Erian. Depois de uma longa jornada pelo deserto, poderemos ter um descanso digno com comida boa e água. Tudo parecia ir muito bem até que PÁ! Demos de cara com uma barreira mágica invisível. E quem estava lá para nos receber? Aquele velho decrépito da caverna dos anões e suas charadas. Quantas maçãs cabem numa cesta vazia? Eu lá raios sei? Isso depende do tamanho da maça e eu, que costumo ser bem inteligente, já estava de saco cheio daquilo tudo. Por um desentendimento eu ouvi o velho falar  “quantas maças vazias cabem dentro de uma cesta” e acabei respondendo que nenhuma, pois maça vazia não existe, portanto cabem nenhuma. A minha sorte é que ele era justo e percebeu que eu havia entendido errado, porém antes de tentar responder pra valer, Jorge já jogou na cara dele um “OITO” e pronto, né? A areia começou a puxar nossos corpos para baixo e duas monstronas apareceram do nada. Valeu, Jorge. Pelo menos ele disse a resposta antes do combate. Uma maçã. Por quê? No momento em que você coloca uma lá dentro, a cesta deixa de ficar vazia. Pelo amor de Robin, que resposta mais sem noção! Mas aquele não era o tempo de combater charadas ambíguas com lógica.

Eu não estava indo bem nessa batalha, o que me frustra muito, especialmente pela a ideia de talvez morrer, o que não podia acontecer, e ainda por cima estava afundando na areia. Jorge conseguiu agarrar a pata daquela periquita gigante eu pensei em fazer o mesmo, mas a vadia me chutou forte. Sentindo me cada vez mais fundo na areia, eu não conseguia livrar-me e o desespero aumentava, até que Jorge gritou “Segura minha mão!” e num puxão me jogou pra cima daquele bicho. Puxa, obrigada, Jorge... Eu devo esta a ele de coração. 

Ao olhar para o lado, Raptic consegue matar uma delas, agora era a minha vez. Sem perder tempo, eu cortei a cabeça daquela monstrenga com a minha rapieira e, junto com elas, a areia movediça começou a desaparecer. Aquele velho nojento também. Algo me diz que voltaríamos a nos ver, para nosso azar. Eu saí da batalha um caco, mérito meu que eu comprei uma poção de cura e bebi antes de aparecer outro inimigo a frente.

Ao chegar na porta do castelo, fomos alertados que de que enfrentaríamos muitos medos, mas que uma recompensa gratificante nos aguardaria. A mesma balela de sempre. Abrimos a porta e nos deparamos com um breu assustador. Um escuro aterrorizante na verdade... Eu não sei porque, mas me veio a cabeça a visão de um mago abrindo um vórtex para me sugar para dentro e eu senti muito medo. Não conseguia ver nem ouvir meus companheiros, até que uma luz amarela formou-se a minha frente. Um relance de esperança passou por minha alma e logo morreu ao ver a luz transformando-se num gobling horrível. Encurralada, foi o que me senti. Eu sou muito melhor em combates em grupo, onde posso atacar furtivamente ou me afastar, mas sozinha? E agora? Tenho de enfrentar essa besta.

A batalha está sendo árdua e eu perdi muito sangue e mais um golpe perco a vida. Todo meu esforço para chegar até aqui será em vão? Minha família nunca mais poderá me ver por causa dessa criatura nefasta? Não permitirei. Levantei minha rapieira, presente do rei dos anões, e, com um golpe certeiro, empalei o coração daquele monstro. Vitória. Alívio. Ele caiu e se desfez, logo após o castelo se encheu de luz e pude ver meus companheiros igualmente feridos.

~Guta.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Jorge 8 - Cavalos de andar na areia

Na minha tribo não existem magos, feiticeiros, bruxos, essa trupe toda. Somos um povo simples, caçamos o que vamos comer, e protegemos uns aos outros. Então eu tenho dificuldade pra entender como magia funciona, mas hoje já estou acostumado a ver funcionar. E ca estou eu, sentado confortavelmente sobre meu lindo pônei, na beira de um deserto, acompanhado dos mesmos de sempre, e eu agora até sei o nome deles. O mago Raptic, a ladina Lorivana, a patrulheira Irina, e um paladino... Esse paladino saiu de onde? Uma vez tinha um bardo... Penso comigo mesmo: "O tempo é convoluído nessa terra de Lordram". Não sei o que essas palavras significam, não mais do que de onde diabos esse povo sai, e pra onde eles voltam...

Começamos a cavalgar com dificuldade na areia. Os pôneis caminham lentamente. O calor tá demais. Vimos um homem se aproximar, coloco a mão no cabo da minha espada, e vejo o homem guiar vários animais pela areia. Ele vem na nossa direção, e quando chega perto consigo ver melhor os bichos. São uns cavalos muito feios, coitados. Têm a perna fina, um rabinho mixuruco, o pescoço deformado e duas barrigas viradas pra cima! Achei curioso, nunca tinha visto cavalo assim, parece que já vem com lugar de montar! Disse o moço que são pra andar na areia, e que os nossos pôneis não vão chegar muito longe. Preciso pagar 2 moedas douradas pra pegar emprestado esse cavalo de andar na areia, mas o que eu vou fazer com o Christofar? Ele não pode ficar sozinho nesse mundão, vai ficar perdido! E o sujeito falou que podia me emprestar o cavalo por 1 moeda, e ele cuidava do Christofar pra mim. Achei suspeito, mas todos os outros resolveram acreditar no cara, menos a Lorivana, que queria mais desconto, e acabou por convencer a Irina que ia cavalgar junto com ela, as duas no mesmo cavalo. Sorte dela que é pequeninha. O que eu queria saber mesmo é como que eu vou fazer pra pegar meu pônei de volta, e o cara disse que ele tem maneiras de resolver isso. Acho que tem magia envolvida, deixa pra lá...

Vamos nós e esses cavalos estranhos pelo deserto afora. Deixamos os cavalos nos guiarem mais ou menos, porque o cara falou que eles sabem pra onde a gente tem que ir. E vamos.

Vira pra cá, vira pra lá, o ritmo vai bem, e nos deparamos com uma cidade destruída. Ao longe, mas não tão longe, na verdade mais ao perto mesmo, consigo ver pessoas... Pessoas com rabo, e cara de bicho, e pele de bicho... E eles já querem reclamar que estamos no lugar que não podemos. Terra da dona Margarida. Todo mundo tem terreno separado nesse país aqui. Lá na minha tribo o terreno é de todo mundo ao mesmo tempo. O Grumj traz a plantação, Darmuk traz a caça, Marriahgr faz sopa de tirar doença, todo mundo come junto...

Passamos por cima das pessoas-bichos com os cavalos, dei uma espadada na cabeça de um deles, os outros resolveram-se com os meus colegas. E segue a vida. De vez em quando eu estudo meu livro de palavras. Debaixo do sol, acima da areia, não é muito fácil saber pra onde vamos, e os cavalos se guiam sozinhos. Até que conseguimos ver de longe, longe mesmo,  mais um grupo de lacaios da dona Margarida! E aí paramos antes deles nos verem. E aí fazemos um plano. Quer dizer, eu não fiz nada, o paladino decidiu com a Lorivana que eles iam pegar os caras desapercebidos. E aí tudo ficou embaçado. Eu tava pensando como que esse cara ia fazer pra pegar alguém no mundo despercebido, com essa armadura que até surdo ouve quando ele anda. Foi quando o impensável aconteceu. O CARA TIROU A ARMADURA! E foi ele trotando feliz e pelado, acompanhado pela Lorivana. E deixaram o resto de nós só olhando, descrentes, vendo aquela bunda branca dele reluzindo ao sol...

É óbvio que deu errado. Fosse eu, podia ter funcionado, porque eu estou acostumado, tenho a pele grossa, e com a benção da deusa, resisto a qualquer coisa. Esse sujeito com pele macia de humano, não vai muito longe com a bunda de fora... E não foi mesmo. Fez furdunço por causa de alguma coisa, alertou os caras, começou a briga... Irina viu tudo com os olhos grandes de elfa dela, ela vai saber contar melhor, mas o que importa é que ela avisou, e comandamos os cavalos pra correr em direção à treta! O paladino tava bem arriado quando eu cheguei, e a culpa é toda dele.

Depois disso, estava limpando a minha espada, o paladino tinha ido lá atras buscar a armadura dele e os cavalos dele e da Lorivana, que tá fuçando cada buraco de flecha no corpo dos fulanos procurando moedas, e a dona Margarida aparece. Uma humana, claro, esse povinho gosta de bagunçar. E ela diz que gostaria que a gente a seguisse. AH MAS NEM FUDENO! Falei mesmo que não ia, que meu barato era outro, que eu tinha que ir pro castelo do mago louco. E ela meio que implora, e eu percebo uma sombra na areia. Com o rabo do meu olho, percebo um escorpiãozão maior até que o mago elfo... E deu uma desconfiança de onde tinha aparecido esse escorpião, que ninguém percebeu, nem a Irina, com aquela orelhona dela. Vamos atras da mulher, e ela nos guia por escadas que vão chão adentro pra uma pirâmide. Do lado de dentro, um salão muito bem decorado, cheio de copos dourados, pratos dourados, moedas douradas...

Eu olho, e a mulher tá mantida da cintura pra cima, porque pra baixo ela parece bicho agora, parece uma leoa... Ah, mas eu sabia que essa dona Margarida só tinha nome de flor mesmo, porque não é pra se cheirar, é pra se cortar no fio da espada! Briga boa... Mulher maluca, de onde você saiu? Eu não gosto de ser enganado assim, não entendo magia. Mandei a mulher pro fundo do abismo... Agora, pra onde é que a gente tem que ir mesmo?

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Jorge 7 - Jorge, o urso!

O rei ficou super satisfeito com a maneira que nós derrotamos o monstro, e resolveu dar uns presentes pra gente. Todos ganhamos armas novas e um papel com escritos, até o mago ganhou uma espada, mas a visão desse cara tentando segurar uma espada curta não é bonita. O papel eu posso trocar por moedas de ouro. Agora ele veio me trazer uma mochila nova. Mas ele disse que é uma mochila de magia, e que eu posso colocar muitas coisas dentro da mochila, muita coisa mesmo. Então comecei a colocar uma espada, e ela ficou todinha dentro da mochila. Daí coloquei outra, e mais uma machadinha, e outra machadinha, e também a minha mochila velha, e o gato e a garrafa com água e.... Acabaram minhas coisas.

Então chega um pessoal trazendo os pôneis que usamos para viajar, e o rei diz que eles também vão ser de presente! Esse rei tá muito feliz mesmo! Dou umas palmadinhas carinhosas no focinho de Christofar, e pergunto ao rei onde posso falar com aquele padre de novo. Vou até ele e peço pra ele tirar a magia de maldição da minha espada amaldiçoada. Depois volto pra falar com o rei.

"Rei Thorim, todos vocês aqui sabem ler esses desenhos de palavras?". "Sim, sim, todos aprendem a ler desde crianças.". "Quanto tempo demora? Eu também quero aprender.". "Ora, demora muitos anos.". Então perco um pouco a coragem... "Bah, quem tem tempo pra isso?". E aí o rei me pede pra esperar um momento, e sai. Quando volta, ele me entrega um livro de aprender a ler sozinho. E eu decido que vou me dedicar bastante para aprender a ler.

Então me preparo para viajar de novo, rumo ao castelo de Erian.

Mas antes, preciso fazer um desvio. "Companheiros, como parte do meu treinamento preciso completar um ritual, gostaria de saber se me acompanham em uma pequena mudança de caminho.". Todos concordam, então explico que preciso procurar um urso, e uso meus conhecimentos de rastreio pra saber se existem ursos na região. Não consigo saber com certeza, mas ainda tenho uma alternativa. Pego meu gato, seguro com cuidado, e olho bem no tuím pra saber se é macho ou fêmea. Descubro que é uma fêmea! O nome dela vai ser Paçoca. Então faço uma prece à deusa, pedindo pra ela me deixar usar o faro da gata. Com o faro aguçado, sinto o cheiro de um urso.

Chegamos à entrada de uma caverna. Lá dentro posso ver um urso negro adormecido. Peço aos meus companheiros para esperarem, porque preciso fazer isso sozinho.

Me aproximo cuidadosamente, para não acordar o grande animal. Rezo para Alihana me dar a voz dos bichos. Converso com o urso. Digo "Irmão urso, preciso de sua força, vamos nos tornar um com a benção de Alihana!". O urso parece um pouco confuso, mas concorda com meu plano, do jeito dele. Preparo minha espada, que desliza sem resistência para dentro da nuca do meu irmão animal. Peço à deusa para me unir a esse fabuloso urso, para que ele possa viver em mim como minha força e minha resistência. Com uma faca, começo a trabalhar a pele do urso, para fazer um gorro com o formato da cabeça do urso. Enquanto recito minhas orações sinto todo meu pelo crescer, e minha pele se tornar mais grossa. Quando coloco meu gorro, sinto a resistência do urso se juntar completamente à minha. Eu e ele somos um, e somos o guerreiro de Alihana!

Saio da caverna, meus companheiros olham com um pouco de espanto, mas não dizem nada. Então seguimos viagem.

A viagem vai tranquila, todos montados nos pôneis e felizes. Paramos à noite para dormir. Durante a noite, acordo com um pequeno alvoroço. Uma névoa apareceu onde estamos. À frente, vejo um espantalho. Tô achando tudo muito estranho, e me preparo para a batalha. Ao redor, alguns arbustos SE LEVANTAM DO CHÃO POR VONTADE PRÓPRIA! É arvore que anda agora, minha gente. Estamos completamente cercados pela natureza (geralmente eu acharia isso bom), e não é pela natureza de Alihana não, a deusa não tem nada a ver com árvore assassina, de jeito nenhum. E aí lutamos contra esses monstros, o espantalho foi queimado pelo mago, deixou um cheirinho de palha queimada no ar, os arvoredos também acabaram morrendo um por um.

Alguns dias depois, sem nada de dramático acontecer, olhei muito pro meu livro de leituras, ele tem os desenhos das coisas e junto tem os desenhos dos escritos de como que lê o nome da coisa que tá no desenho antes do escrito com o nome... Isso... E aí demos de cara com um tipo de cidade muito estranha, o ar parecia estar pesado. Decidimos seguir a estrada por fora da cidade, quando fomos abordados por uma sombra! Sim, uma sombra, sozinha, sem a pessoa junto fazendo a sombra. Coisa de mágica, com certeza.

A sombra falou "Vocês estão entrando no domínio do Bul Anor, e precisam fazer um teste para passar, se não fizerem o teste ficarão presos, e se não passarem no teste ficarão presos, e se fizerem o teste e passarem no teste não ficarão presos!", alguma coisa desse tipo. Então tá, qualé esse teste? Várias outras sombras apareceram e atacaram a gente! Mermão, foi espadada pra todo lado! De repente no meio da luta eu senti uma ventania louca, e eu fui sendo arrastado pra longe da luta! SÓ EU! QUE QUE TÁ ACONTECENDO NESSE LUGAR? Em seguida a ventania parou, e eu voltei correndo pro meio da bagunça.

Depois da luta, a tal da sombra mãe deixou a gente passar, e fomos tranquilamente seguindo pela estrada, e eu continuei lendo o meu livro das palavras de anões, até que chegamos na beira de um deserto. Daqui, conseguimos ver o alto da torre de um castelo. Deve ser o castelo do mago louco. Vamos parar e discutir o que fazer, pra depois continuarmos a viagem.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Jorge 6 - Conhecendo a realeza

Acordei junto com os outros, descansado o suficiente por ter dormido nessa caverna rusticamente aconchegante. Andamos por um corredor oposto ao qual havíamos entrado, e eis que à frente está uma porta fechada. Alguma coisa estava escrita, mas ainda não consigo decifrar. Isso tem me incomodado bastante. Na minha tribo não tinha que ficar decifrando escritos...

A patrulheira leu e falou na língua comum pra mim "floratil para sair, entradil para entrar", na língua dos elfos. Depois de discutir um pouco com a pequena ladina, elas chegaram à conclusão que tinham que dizer uma das palavras para abrir a porta. Passamos pela porta, e percebo que estamos novamente na cidade dos anões. Muito tempo parece ter se passado enquanto estávamos no labirinto. Resolvo ir em direção à cidade, e estão tendo uma festa, de novo em homenagem ao tal guerreiro poderoso.

Andando pela cidade, no meio de toda essa festança, um anão tropeça e esbarra e quase cai na patrulheira. É um anão muito bem vestido, com uma armadura preta impressionantemente forjada como obra de arte e detalhes em ouro. O anão pede desculpas pra patrulheira, e diz que seu nome é Clóvis, ou Clóggs ou Glog, tá muito barulho aqui... Ele é o príncipe da cidade, e o guerreiro poderoso de quem tanto se fala. E aí ele olha pra cara de cada um de nós, e diz que dá pra ver que somos aventureiros. Eu acho que depois de ficar um mês dentro de uma caverna, no máximo dá pra ver que a gente é um bando de sem teto, não fossem pelas armas, que a gente cuida muito bem. E aí ele fala que precisa de companhia pra próxima aventura dele, e que se a gente se interessar, ele conta pra gente o que é.

Decidimos que vamos andar com esse camarada, e aí eu percebo que estamos sendo seguidos na cidade. Uma criatura usando um manto comprido com capuz. Preparo minha funda pra atirar nele uma pedra. Acho que preciso praticar mais com a funda, porque a pedra foi diretamente pra cima, e caiu de volta na minha cabeça... Resolvi bolar um novo plano, percebendo, junto com a dor no cucuruto, que não ia dar certo o anterior. Viramos uma esquina, e fiquei de prontidão para agarrar o meliante, nem olhei se os outros estão prestando atenção. Quando o encapuzado apareceu, me joguei em cima dele com toda minha força. o capuz dele esvoaça na confusão. É um elfo! Me preparo pra bater no fulano, quando ouço uma voz esganiçada "por favor, não o machuquem, ele é a minha voz!".

Não sei o que fazer, viro minha cabeça de um lado pro outro tentando entender quem é e onde está esse sujeito, com essa voz estribuchada! Levo minhas mãos ao cabo do meu machado, e quando me dou conta, meus companheiros já estão com os olhos arregalados olhando pro Clóvis. Acho que o fulano pode estar escondido atras dele. E aí ele começa a falar com a voz desfrigonada! E explica que é uma vergonha ele ser um príncipe anão com voz de caixa de pregos, e que é um guerreiro treinado, mas tem medo de rirem dele por causa da voz...

OOOOOOKEEEEEY então... Esquisitão. Fiquei curioso pra saber como é que o mago sabe o que o Clóvis quer falar na hora...

Vamos ao castelo pra participar de uma refeição. Mas antes disso quero ver o ferreiro. Troquei meu machado grande e umas moedas douradas por uma espada muito grande, e também aprendi como funciona a tal espada mágica. Chegamos a conhecer o rei Thorin. A ladina perguntou a ele sobre a dica que recebemos ao encontrar o primeiro item que a dragonata pediu. O QUÊ? JÁ TEMOS UM? Onde foi que conseguimos? Ah, sim, a elfa morta. No meio de toda aquela confusão no labirinto, onde quase morremos algumas vezes, encontramos um colar e uma elfa morta, que desapareceu em fumaças assim que tiramos o colar. Também tinha um desenho na parede, que é a dica do lugar que precisamos ir, o castelo de algum outro mago... O rei Thorin nos disse que o nome da elfa era OPA, CHEGOU A CERVEJA! Agora sim essa festa tá melhorando! E também que o mago ME DÁ JAVALI AQUI! É ISSO AÍ!

Muita comida, muita bebida! "Opa Clóvis, chegaê, como que vai ser essa caçada lá? Como assim seu nome não é Clóvis? Ah, é Klogg... Tem certeza? Eita, as pessoas tão sendo transformadas em pedra?" Me lembrei do gatinho guardado na minha bolsa. Preciso descobrir quem está fazendo isso. Vai ser uma briga boa! Me inclinei sorrateiramente para olhar melhor esse cara. Ahá! Ele tem uma coisa enfiada na orelha. Será que é assim que ele conversa com o mago e fazzZZzzzZzZzZz... Não me lembro como saí da festa, mas acordei num quarto bem maneiro no castelo. Aliás, esse castelo é fenomenal, tô de cara.

Chegou a hora da aventura! Klogg pergunta se queremos andar ou se queremos cavalgar. Não vou perder a oportunidade de montar um animal da cidade! Ora, mas são pôneis... Achei que na cidade tivessem outros tipos de montarias. Nada a temer, sou bem conhecido de pôneis, lá em Durnmmantrku é a nossa montaria de escolha. Fechei meus olhos e busquei a luz de Alihanna dentro de mim. Pedi à deusa para me dar a oportunidade de conversar com suas criaturas, e pousei minha mão em seu focinho. Senti-me conectado àquele pônei majestoso, perguntei seu nome, e ele me disse Christofar. Pela nossa conexão momentânea, enviei minhas intenções de que não o faria mal, para que ele pudesse confiar em mim, e o montei.

Seguimos viagem junto com o Klogg e o mago magrelo que fala por ele. Viagem tranquila, numa passada boa, até chegarmos a um pântano. E é claro que somos atacados por lagartixas gigantes. O Klogg não consegue lutar em cima do pônei, deve ser esse peso todo de armadura que ele carrega. Já eu, leve, guio Christofar pela batalha, e torço para que seu espírito animal não se quebre frente às ameaças. A luta vai bem, apesar de demorada, e facilmente nos livramos desses monstros escamosos.

Algum tempo depois chegamos à entrada de uma grande caverna. É aqui que Klogg nos diz que vamos encontrar o culpado pela petrificação das pessoas e animais. Já é possível de fora ver algumas estátuas. Descemos dos pôneis, e entramos cuidadosamente nesse covil, sem saber o que vamos encontrar. Posso ver 3 ninhos, grandes, mas não o suficiente pra mim ou qualquer um de nós entrar. E é aí que somos emboscados. Duas serpentes saltam da terra e nos atacam. Essas serpentes não são problema pra nós, e não são o problema, porque cobras não transformam nada em pedra. E eis que ele aparece, e tem 8 patas, um rabo enorme, uma boca grande, e muitos espinhos nas costas.

Corro pra bater no monstro, e começo a sentir os braços pesados. Não consigo mover a espada o suficiente pra atacar. Tento uma segunda vez e... Agora sim vou te acertar seu filho de uma... Oi? Onde eu estou? Porque que tá todo mundo de lado?

Agora que passou um tempo, e o espírito animal deixou meu corpo, percebi que eu é que estava deitado de lado. Estou rodeado por meus companheiros, e também tem um padre aqui. O padre me disse que removeu a maldição de petrificação, que foi causada pelo basilisco. Eu devia ter protegido meus olhos, ao que parece. Aí uma das minhas companheiras me lembra do meu gatinho petrificado, e aí coloco ele em cima da mesa. O padre faz a reza dele, e fica pingando suor antes de conseguir salvar meu bichinho. Ele diz que essa maldição é muito maior que a que tinha caído sobre mim. Talvez essa jornada de salvação na qual a dragonata nos meteu passa pelo caminho de salvação desses animais petrificados. Tenho certeza que Alihanna ficaria muito feliz. Pego meu bichano e coloco de volta dentro da mochila.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O Sonho de Jah'gga

Quanto tempo faz desde a minha prisão? Há quantos anos estou suportando essa tortura? Essa escuridão me impede de observar a passagem dos dias, quanto mais terei de suportar? Terá Torm me abandonado? Todos os dias peço alívio do meu sofrimento e não há resposta, Eles chegaram novamente, seus corpos distorcidos e defeituosos, mais uma tortura, mais uma vez a mercê dos deuses, acorrentada. Grito de dor, peço ajuda a Torm, Silêncio. Fui abandonada?

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!!!!!! (Apagão)

Abro meus olhos, vejo os aventureiros que chamei usando parte da minha força, por um minuto vejo abaixo de mim a luva branca de Torm, ela desaparece e nos encontramos em uma caverna, não estou na plenitude de minhas forças, mas sinto que realmente posso confiar nessas pessoas para cumprirem a tarefa que hoje estou impossibilitada de cumprir.

Acho que o mago, Raptic seu nome, não confia muito em mim e me questiona sobre meus intuitos, falo a ele sobre o ressurgimento de Tiamat, a cruel deusa que se despertar destruirá todo o universo, mas ele num parece entender muito sobre os deuses, estranhos esses manipuladores de magia, compreendem como manipular os elementos e a matéria, mas não sabem sobre os deuses, ele pensa que nós que somos nascidos dos dragões estamos do lado da deusa Tiamat, simplesmente por sermos descendentes dos dragões, não entende que Tiamat apenas possui a forma de um e não que ela seja um dragão. Mas graças a Torm consigo convencê-lo de que estou do lado deles.

Caminhamos pela caverna, é estranho o quão frio está essa caverna, mesmo com minha armadura sinto o frio em meus ossos, andamos por alguns metros e uma estranha escultura se ergue na parede ao lado, uma curiosa fonte jorrando uma água que sobe em direção a uma boca, o mago entorta a cabeça e pouco depois me chama e diz para eu virar minha cabeça de lado, faço isso e vejo que é uma escultura de alguém que bebe da fonte. Água, quanto tempo não a vejo, em tão pura forma, meus olhos são atraídos por ela e junto minhas mãos para que eu possa beber dessa fonte. Tola, que tola eu fui, acionei algum mecanismo e agora inimigos surgem a nossa frente, são feitos de gelo, e lançaram alguma neblina no ar, agora não consigo ver mais nada ao meu redor. Uma leve movimentação no ar me faz perceber que fui ataca por um deles, não sei o que se passa com meus companheiros. Tento um golpe na direção que senti a movimentação mas não pude acertar nada, escuto uma certa distância a voz de Raptic e logo em seguida um barulho de queda, parece-me que a criatura caiu dormindo, começo a voltar, mas passado algum tempo as criaturas caem e a névoa se dissipa.

À nossa frente se encontra uma porta, ao entrarmos por ela nos encontramos em um salão em cujo centro está um altar, no canto superior direito uma criatura se move e vem em nossa direção, aparenta ser uma criatura em uma armadura de gelo, mas não parece haver vida dentro da armadura. Começo a lutar com ela, logo de inicio ela joga uma espada mas não em mim e sim na direção de um dos meus companheiros, casto a minha magia que obriga a criatura na armadura a duelar contra mim e voltamos ao combate, Enquanto estou lutando percebo a movimentação dos meus companheiros na luta contra a Espada que pelo que pude perceber não é controlada magicamente pela armadura, mas para minha frustração o mago ataca a criatura-armadura e com isso anula meu encantamento. Mas pela graça de Torm conseguimos derrotá-la.

O Salão que nos encontramos possui duas portas uma grande e outra menor no canto direito, mas o que chama meus olhos é o altar, em cima se encontra uma bacia rasa com uma fina camada de água e no centro da bacia se encontra um Anel, tento alcança-lo sem sucesso, e vou indo cada vez mais pra dentro da bacia, até que caio dentro dela e me encontro submersa. Por Torm, o que está acontecendo aqui? Como posso estar submersa em uma bacia que não possui mais do que 60cm de profundidade, só pode ser alguma magia, o que será que Torm quer de mim? Estou afogando!! Algumas bolhas de ar são a minha salvação e me permitem recuperar o folêgo.

Alguns segundos depois vejo o mago ao meu lado, fico feliz dele realmente ter acreditado em mim e mergulhar comigo rumo ao perigo. Um pouco a nossa frente se encontra uma draconata, semelhante a mim, ela está presa em uma redoma feita de corais, vou em direção a ela, quando me aproximo dois tubarões surgem e nos atacam. Consigo destruir facilmente um dos tubarões a tempo de me virar e ver que agora temos a companhia da Lorivana conosco e posso ver que ela consegue atacar o segundo tubarão que acaba por fugir. Irina não veio!! Nos aproximamos da cela em forma de coral mas, ao tocar na pessoa que ali se encontra ela desaparece, e somos arremessados para fora da bacia. Raptic consegue pegar o anel e fica com ele. No altar podemos ler a palavra Honra.

Nos movemos em direção a porta maior, mas ela está fechada e não pode ser empurrada mesmo eu utilizando todas as minhas forças. Lorivana abre a porta menor, ao ver isso me adianto e passo por ela, qualquer que sejam os desafios que nos sobrevierem, devo ser a primeira a encará-los. Entramos todos pela porta e de repente estamos em uma campina, é possível sentir o aroma do campo e o calor do Sol diante de nós, um contraste tão grande com o intenso frio da sala anterior.

Algumas criaturinhas extremamente frenéticas começam a falar sem parar e a nos puxar nos pedindo auxílio numa guerra, elas são tão pequenas mas com tanta energia que não consigo entender nada do propósito pelo qual lutam, mas me disponho a ajudar. A única coisa que entendi é que elas estão em Guerra contra outras criaturas, e preciso carregar uma bomba até a torre inimiga enquanto meus companheiros tem funções diferentes na batalha. Um grande portão se abre um frenesi toma conta da situação, eu começo a me mover em direção a torre, os inimigos dessas criaturas são muito maiores do que elas, preciso ajudá-las com o meu máximo. Lorivana e Raptic num mecanismo mecânico me auxiliam e limpam o meu caminho, enquanto Irina atira com uma catapulta coisas que destroem ou atrapalham o inimigo ou que nos auxilia. Flechas são lançadas, uma delas me atinge mas consigo manter o equilíbrio e não soltar a bomba, mais flechas são lançadas a cada minuto. Chegamos ao portão maior e consigo empurrá-lo com a ajuda de Lorivana e Raptic em seus mecanismos estranhos. Eu e Raptic entramos pela porta, Lorivana fica para auxiliar a na batalha, começamos a lutar com as criaturas e abrir caminho em meio a elas. Escalamos a Torre e finalmente consigo colocar a bomba dentro dela, saímos correndo em fuga,a bomba explode e de repente toda aquela situação desaparece e nos encontramos novamente dentro da sala fria, sobre a porta que acabamos de entrar podemos ler agora a palavra Compaixão.

A Porta Maior continua fechada mas uma nova porta surge na parede do lado esquerdo da sala, Entramos por ela, no centro da sala que agora nos encontramos, está uma ampulheta e próximo a ela uma manivela, a porta da sala se fecha e percebo o tempo correr na ampulheta, como um impulso giro a manivela, a ampulheta reseta mas no processo surge uma criatura semelhante a um zumbi, mas é facilmente derrotada. Três vezes giro a manivela, e três vezes o tempo reseta e as criaturas surgem e as derrotamos. Os demais sugerem que eu permita que o tempo na ampulheta cesse, sinto uma certa preocupação com esse pedido, o que será de mim se algo ruim acontecer a essas pessoas que escolhi? Irá Torm me perdoar se por meu intermédio algumas delas cair? Sinto-me aflita com essa decisão, mas respeito o pedido do grupo, o tempo termina....E a Porta se Abre! Ao sairmos por ela, podemos ler Paciência. Acho que agora começo a entender, serão esses desafios lições que preciso aprender? Estará Torm me testando e me ensinando ao mesmo tempo? Preciso ser paciente em minhas torturas e aprender a confiar em Torm, perdoe-me pela minha falta de Fé!

Passado esse desafio, a grande porta se abre e nos encontramos em um corredor que parece seguir em 3 direções, como uma cruz e começamos a nos movimentar em direção ao ponto que corta o corredor em que estamos, uma criatura aparece, nunca havia visto nada parecido. A criatura conjurava tentaculos que podiam nos atacar e nos agarrar, eu decidi que iria atacar apenas aquele estranho ser, mas a cada ataque ela se teletransportava para outro lugar, estava ficando extremamente frustrada em meus ataques, mas depois de muita dificuldade, num último golpe dado por Irina, a criatura finalmente morreu. Uma última palavra foi destinada a nós, Coragem! Após isso, todos sumiram e acordei novamente sozinha em meus aposentos, mas dentro de mim algo havia mudado!

Jorge 5 - Sonhos turbulentos

Jorge dorme, e ao dormir sonha.

No sonho ele vê os companheiros passando por cavernas, e nadando em oceanos, lutando em guerras, e expulsando espíritos.

Enquanto isso, Jorge dorme. Ele não sabe que o sonho que ele vê não é dele, mas sim O Sonho de Jah'gga.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Jorge 4 - O labirinto, parte 1

Guardei a espada bem guardada na minha mochila, e vambora. Quanto mais andamos nessas cavernas, mais perdidos ficamos. Meus companheiros estão ficando irritados, mas eu não, cavernas são legais.

A meio-elfa acaba de se lembrar que sabe onde estamos. Ela disse que o tal rei elfo mandou construir essas passagens como um labirinto, e que essa história é uma lenda antiga dos elfos. Não sei como ela sabe de lendas de elfos. No máximo ela devia saber só metade da lenda. Parece que ela tem razão, porque estamos em outro corredor sem saída, já é o terceiro. To indo tranquilamente, quando o elfo me puxa pelo ombro, e aí me mostra no chão um desenho brilhante. Calmamente ele explica que é melhor tentarmos nos desviar do caminho, mas eu joguei uma bala no desenho pra mostrar pra ele que não era nada.

E foi assim que começou uma briga contra três demoniozinhos.

Um corredor mal iluminado, estreito, e lutando contra demônios. Claro que vai dar tudo certo. Cê não faz ideia do tanto que esses capetas aguentam porrada. O pior é que agora eu é que tomei um arranhão deles. Nada de mais o arranhão, mas me deu uma fraqueza na hora, que eu nem sei explicar. Usei toda minha força de vontade pra não desmaiar, acho que esses malandros tem doença na unha, só pode ser. Argh, de novo me acertou esse puto! E agora tudo tá girando e apagando...

Acordei todo moído. Joguei pra dentro uma bebida mágica de fechar feridas, e comecei a me sentir melhor. Vamos andar mais nesse labirinto então, pra ver se encontramos algum sinal desses itens mágicos. Encontramos uma escada, e subimos, cuidadosamente abrindo a porta que estava no fim. Nada, mais corredores. No final desse corredor, uma sala com quatro monstrinhos pequenos. Pareciam feitos de fogo líquido. Se não estivessem se mexendo, teriam passado despercebidos. Estiquei meu braço e peguei pela roupa a pessoa mais próxima. E os fulaninhos pareciam não ligar de ver a minha cara ali. Então entrei na sala. Depois que o mago pisou aqui, foi que aconteceu a merda. Os caras ficaram completamente azinabrados, e ficamos os três presos contra a parede. Eu já estava um pouco irritado de ter apanhado tanto contra os diabos, aí agora eu enfureci de vez.

A briga vai mal, somos menos que eles, e eles não estão morrendo! O mago bateu o cajado no chão e fez um trovão acontecer aqui dentro, a patrulheira tentou esfaquear os monstros, eu cortei com o machado... E os monstrinhos cospem fogo e arranham com as unhas quentes deles. Quando vi que um deles ia morrer, por um momento quase sorri, mas aí ele explodiu e foi fogo líquido pra todo lado. E aí um deles soprou de novo, acertou a nós três... Dessa vez o mago e a patrulheira não resistiram, e eu os vi caindo, com cinzas por todo o corpo. Eu mesmo tentando me manter de pé, frente a esses cuspidores de fogo... Corri até a meio-elfa e atirei uma das minhas bebidas na goela dela, ela se levantou, mas não tínhamos chance. Foi quando o impossível aconteceu. Uma luz me cegou, e um grito de "NÃO!" quase me deixou surdo.

Abri meus olhos e os monstros tinham sumido. E a voz de novo, agora calma "vocês são meus protegidos...", e me lembro da tal dragoa presa que tá dizendo que temos que salvar o mundo. E agora estamos os três todos quebrados, queimados, cortados, caídos... Resolvemos descansar aqui mesmo, é um lugar tão bom quanto qualquer outro, afinal de contas.

Depois de descansados, seguimos ainda mais cautelosos pelo labirinto. Encontrei uma armadilha no chão de uma sala, também resolvemos não incomodar uma estátua que vimos por uma porta meio aberta, a patrulheira caiu em um fosso cheio de espinhos e por pouco não vira peneira...

Não muito tempo depois, encontramos uma passagem escondida, e entramos em uma caverna. Tá, eu sei, já estamos em uma caverna, mas é diferente. Essa caverna do Menegroth foi construída pelos meus irmãos anões, essa que entramos é uma caverna natural, linda e escura e enorme. Da entrada conseguimos ver uma parte de água, e além dela uma ruína. Como está realmente muito escuro, e não conseguimos ver onde a caverna termina, vamos em direção às ruínas.

Não é difícil passar pelo rio, e chegamos à ilha, e certamente fomos emboscados. Agora são aranhas gigantes, o que não foi tão ruim quanto os outros, nem de longe.

Pelo menos agora temos um lugar possivelmente seguro pra fazermos um acampamento.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Jorge 3 - Anões moram em cidades?

Estou me sentindo impotente. Tudo que eu aprendi que mais importa, a natureza, as plantes e animais, está se desfazendo diante dos meus olhos, sendo comido por uma grande boca das trevas. Mágica da morte. Em alguns instantes eu também vou ser levado.

Acordei assustado, e no meio do acampamento vejo uma draconata vermelha feita de fumaça. A dança de proteção do mago não adiantou de nada, e agora ela começou a falar várias coisas. Ela disse que um mal muito grande vai acontecer, e que foi ela que mandou meu sonho, e também o dos outros. O elfo e a halfling devem ter visto a floresta ser comida também. Não, outra coisa aconteceu. Ela sonhou que tinha perdido todo seu ouro, e o mago sonhou que tinha perdido livros. QUEM SE IMPORTA COM OURO E LIVROS???? A dragoa tem um nome, falou que é uma paladina, e pela fumaça parece que ela não tá aqui. Não entendo dessas coisas. A moça diz que temos que reunir algumas coisas, mas ela nem sabe onde os bagulhos estão. Tento gravar os nomes, mas são muitos, e eu não sei fazer esses desenhos de conversa. Mas ela falou o nome de uma caverna! Caverna é comigo mesmo, e o nome dessa é Menegroth, e é lá que vamos encontrar a primeira peça do quebra cabeça. E aí ela some gritando e aparece de novo, mas agora não tá esfumaçada. Não, pera. Agora o dragão é macho não é? Então a moça foi embora? Cutuco a imagem com meu cajado, e realmente esse fulano tá aqui agora. Ele diz que a moça mandou ele como ajuda por um tempo, e que a caverna fica no sul. O cara vai viajar com a gente, e ele vai levando uma espadinha de cutucar, e um alaúde. Mostrei pra ele meu gato petrificado, e pergunto se ele sabe consertar, se a tarefa tem alguma coisa a ver com isso, mas ele não sabe nada. Então saímos para o sul, e no caminho uma grande besta voadora passa e faz uma sombra imensa, com um grito medonho. Não dá pra ver o que é, mas é grande e voa.

A viagem é calma durante várias horas, até que chegamos na beira de uma floresta muito densa, pouca luz, mas suficiente, e o ar está úmido. Bom, bora pra dentro... Dentro da floresta fomos abordados por um grupo de ladrões. Eles querem dinheiro. Problema deles, porque eu não gosto de ameaças. Não tivemos tempo de pensar, e são muitos ladrões. Tem ladrão em cima e atrás das árvores. Seja o que Alihanna quiser, afinal, a floresta é o terreno dela.

Fiquei cercado por dois deles e um punhado de árvores. Apanhei um pouco, doeu, mas Alihanna me deu a fúria dos animais selvagens. Só consigo ouvir o som das flechas passando por cima da minha cabeça. E puta que pariu, um dos ladrões parece um mago, por pouco não me queima com um fogo mágico. O que é isso que eu to ouvindo? Música? Quem tá tocando música no meio de uma batalha? Consegui cortar a cabeça de um. Pior pra eles, porque agora o caminho tá livre, e eu vou colar nesse mago, antes que ele me queime. Ouço a pequenina gritar de dor lá atras. Um ladrão cai de cima da árvore, e o outro começa a rir descontroladamente lá no alto. Estranho isso, ele devia era ficar puto que o companheiro dele se pendurou e não conseguiu se segurar. Na graça, caiu também, mas não parou de rir. Mas não posso me ter com eles, porque esse puto na minha frente começou uma parada muito estranha. Murmurou umas coisas, e começou uma dança. Eu juro que vi o ar dançar em cores na frente dele. Também não gosto dessas coisas, as druidas e os xamãs da minha tribo não fazem essas loucuras. Cortei os braços dele, assim ele não vai mais incomodar. Lá atras parece que deram conta do ladrão que ficou. Só que ainda tem dois. Um não para de rir, e o outro tá chamuscado de fogo de dragão. Antes de morrer, ele furou o draconato bem fundo, e deixou o cara sangrando lá, caído. Não foi difícil terminar a luta, o chamuscado já tava meio morto, e o outro ainda tava histérico, difícil foi salvar a vida do vermelho. O elfo e eu fizemos um curativo; cadê a ladina? Tivemos que parar pra descansar e esperar pra ver se o cara acorda.

Várias horas depois, o cara acorda, ainda tá vivo. Bem sacudido, mas vivo. Foi bom que também fiz um remendo em mim, e parei de sangrar. Cada dia tá mais estranho isso aqui, o vermelho levantou, sacou o alaúde, dedilhou umas notas, E FECHOU OS FERIMENTOS TODOS! Onde esse povo aprendeu essas coisas? Me lembrei da música no meio da batalha, será que esse dragão canta pra lutar?

Continuando a viagem, saímos da floresta, e de longe vejo duas estátuas de anões. Mais perto, podemos ver que são a entrada pra uma cidade de anões. São meus irmãos, mas que diabo é esse de anão viver em cidade? A curiosidade é tanta que me viro pra ir até lá, e nem sei se os outros estão vindo. No portão, pedi passagem para os meus irmãos, na língua dos meus pais, e soube que a cidade se chama Ptalkor! Vimos que está acontecendo uma festa! Rapidamente entrei no clima, estavam cantando uma música sobrer dragões, e fazendo uma caminhada, com certeza fui junto! Cantei, dancei, e fiquei sabendo que estavam fazendo uma festa para o grande heroi da cidade, que matou um dragão! Aproveito pra perguntar sobre a caverna Menegroth, e é uma caverna que foi construída por meus irmãos para um tal rei elfo. Resolvi perguntar sobre uma loja que possa comprar equipamentos, porque tive uma ideia! Na minha tribo, os xamãs sabem fazer sucos especiais de cura, talvez algum xamã dessa tribo da cidade saiba fazer também.

Não procuro guardar essas moedas de ouro (ou qualquer outra), mas serviram pra comprar uma mochila com equipamentos para viagem, e várias bebidas mágicas vermelhas, agora também posso fechar minhas feridas rapidamente, e nem preciso dançar ou tocar música. Depois de fazer as compras, fomos para uma taverna. Uma mulher estava tocando, e a música dela fazia o ar dançar, aí quando ela terminou o dragão perguntou ao taberneiro se ele podia tocar, e o taberneiro deixou, então eu peguei o alaúde dele e toquei uma música que eu tinha aprendido quando saí da minha tribo, e depois fui dormir.

Tavernas de cidades anãs são melhores que as outras, já decidi. Acordo completamente revigorado.

Saímos cedo e fomos direto pra Menegroth com as indicações dos meus irmãos de sangue. O portão estava meio quebrado, mas foi facil de abrir. Estava escuro, então alguém acendeu uma tocha. Achei estranho na hora, depois me lembrei que nem todo mundo encherga no escuro. Caminhamos pelos corredores na caverna até encontrarmos um baú. Estava olhando o baú bem de perto, quando o elfo me gritou lá atras, disse que tinha que me mostrar uma coisa. Foi o tempo de eu chegar lá, a pequeninha abriu o baú, e acho que se esqueceu de olhar se tinha armadilhas, porque ela ficou toda furada de flecha. Dentro do baú estava uma espada, e eu acabei ficando com ela, me disseram que é uma espada mágica. Eu sacodi a espada, mas nada aconteceu, acho que se enganaram, mas tudo bem, de qualquer maneira ainda tenho meu machado.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Jorge 2 - Ruínas petrificadas

Depois de comer muito javali e dormir bastante, fomos comer o desjejum. E aí apareceu um humano dizendo que queria me proteger. Há! Eu disse pra ele que só precisava do meu machado! O taberneiro conversou comigo sobre ataques de mortos retornados, e eu achei que o humano poderia ser útil. Provavelmente ele vai morrer de velhice antes de eu decorar o nome dele, mas por agora, lá vamos nós. E não é que o diacho do homem era um padre?

Fomos no rumo de uma das ruínas que tínhamos visto no dia anterior, e aí fomos emboscados por gnolls. Não me lembro direito o que aconteceu. Os gnolls cercaram a gente, eu batalhei com dois deles, quando me virei, o padre tava todo furado no chão, e os gnolls tavam dormindo. Então matamos os outros dois vermes e fechamos os buracos no padre. Achei que o homem ia morrer, mas ele acordou, fez uma reza e puf, tava novo em folha...

Aí chegamos na ruína, e na verdade era uma cidade destruída. Numa praça vimos um monstro pendurado numa cruz, e aí surgiu um outro velho com aquelas perguntas que fazem a cabeça da gente doer. Ele falou que quem tem num tem, depois que quando compra acaba, e também falou que num tem mais pra quem quer. E não era ovo. Quando eu falei ovo, o velho fez aparecer um monstro de terra. Eu bati meu machado nele, mas a terra abriu no lugar que eu ia bater, e depois fechou. Nessa hora a patrulheira deu uma pirueta e cravou duas espadas no monstro. Foi tão rápido que eu senti um ventinho no rosto. Mas com certeza ela já sabia onde que tinha que furar, porque o bicho se desfez, e caiu poeira na minha cara toda. E aí tava lá o velho de novo esperando, o elfo gritou 'caixão' e o velho foi embora. Vimos que tudo na ruína estava petrificado, todas as pessoas e animais. Peguei um gatinho petrificado, e guardei na mochila pra ver se consigo encontrar alguém que pode resolver esse problema.

Daí chegamos na porta de uma igreja, na porta tem uma cabeça de bode, e uns desenhos de escrito. O padre falou 'xvwpitz' e a porta abriu. Tava muito sinistro. A meio-elfa nem quis entrar. Mas eu fui, com meu machado preparado, devagar e sempre.

Quando eu tava chegando no altar da igreja, vi um esqueleto levantar do chão. Antes que eu pudesse pensar, outro esqueleto tentou me bater por tras. Ouvi o padre fazer uma reza lá atras, e logo em seguida uma flecha passou 'zup' e quebrou uma parte da cabeça do esqueleto. Mas o maldito me deu uma facada no ombro, E EU FIQUEI MUITO PUTO! Outra flecha passou e quebrou a cabeça do monstrengo, mas ainda tinham dois na brincadeira. Os caras tavam tendo problemas lá na porta, então eu demoli o esqueleto com o meu machado. O padre encostou na minha cabeça e a facada parou de sangrar, não entendi nada, só corri e desabei o outro monstro. Finalmente olhamos o altar, e tinha uma mulher aberta deitada no troço. Eu encontrei um botão, que fez abrir uma passagem no chão, cheia de mortos (mas esses estavam bem mortinhos mesmo). E aí, chegamos de novo na parte de baixo da montanha. O elfo magrelo fez uma dança lá, disse que era de proteção, e fomos dormir.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Jorge 1 - Náufrago...

A areia fofa sob meus pés descalços, o vento soprando a minha barba, e o horizonte azul da praia contrastam com a destruição total do navio, e os corpos jogados no chão. Não é uma cena bonita.

Somos poucos sobreviventes, e um marinheiro já está tentando fazer um projeto de acampamento, pescando o que consegue dos destroços. Ele disse que precisamos de água, porque os barris se quebraram e ficaram cheios de água do mar. Pego alguns baldes, e chamo a meio-elfa pra me acompanhar, ela parece ser uma patrulheira, duvido que o elfo mago e a halfling ladina vão ser de alguma utilidade na busca por um oásis.

Conseguimos encontrar um bosque com uma lagoa, água boa pra beber. Enquanto enchemos os baldes, ouço uivos. Devemos ter entrado em terreno de uma matilha, e eles não estão gostando. Penso em pegar a água e sair o mais rápido possível, pra não causar problemas, mas não fui rápido o suficiente, e três lobos aparecem mostrando os dentes. Estou acompanhado por uma patrulheira, e eu mesmo sou bom com animais, não tem necessidade de lutar aqui não é?

Os lobos devem estar mesmo com medo da gente, porque um deles rapidamente pulou em mim e me abocanhou o braço, quase arrancou fora. Ah, que dor! Meu sangue ferve, e com um único e limpo corte de machado, separo cabeça de tronco. Se eu tivesse pensado mais rápido, não teria sido necessário matar o amigo lobo. Alihanna me perdoe! Os outros dois fugiram, e em seguida eu e a meio-elfa tomamos nosso caminho de volta para o navio destruído.

Quando chegamos de volta, o acampamento já está quase montado, os outros conseguiram alguns equipamentos importantes, e nos preparamos para dormir.

Acordo no meio da noite ouvindo gritos e guinchos. Uma batalha na escuridão. Com meus olhos de anão, consigo vê-los perfeitamente, pálidos e esguios. AH, MAS EU ODEIO ESQUELETOS! Pra cima deles! Levanto com meu machado em mãos, e começamos a lutar! A patrulheira ajuda, e o mago também, mas nada da halfling aparecer... Tivemos que lutar três contra três, e pouco a pouco os esqueletos viraram pó de osso.

Descansamos até a manhã seguinte, e seguimos viagem. Olhando de longe consegui ver o que parecia uma cidade acima de uma parede natural, e umas ruínas, tanto para o sul, quanto para o leste. Paramos frente a uma porta na parede da montanha, com o desenho de um martelo, e alguns desenhos de conversa. Empurrei a porta e ela abriu, mostrando uma caverna muito bem trabalhada. Um velho levantou de um canto e começou a falar umas coisas estranhas. Ele disse que teríamos três chances pra resolver o desafio, e se a gente errar, vai ter problemas. E aí ele falou que a gente tinha que saber uma coisa que é pequena, mas que não dá pra encher, e também se você colocar na cabeça, não é um chapéu. Alguma coisa desse tipo, não sei direito. A ladina disse que era peneira, e aí o velho se deitou de novo, nem falou se ela acertou ou não... Subimos umas escadas e tivemos que parar um pouco porque a ladina resolveu que ia futucar um baú que apareceu atras de uma porta que ninguém tinha visto. Ela me deu umas moedas douradas, mas eu já tinha algumas, então peguei um pouco e deixei o resto no cantinho, perto da parede.

Saímos da caverna na parte de cima da montanha, e resolvemos ir em direção à cidade. Já estava escuro, e os portões estavam fechados. Pedimos passagem, e os guardas se recusaram a abrir. Não tem problema, porque eu sou acostumado a dormir no mato.

De manhã, quando o portão abriu, fomos procurar alguma taverna. Os meus companheiros reclamaram muito e não conseguiram dormir no mato, eles gostam mesmo é de ficar presos dentro das construções. Encontramos uma taverna e comemos um javali assado. Estava muito bom, mas nada comparado com o que a minha avó faz. Passamos o dia comendo e bebendo, e pedimos para dormir nos quartos que estavam disponíveis.

Jorge, o bárbaro

A tribo de Durnmmantrku tem a tradição de enviar seus 'nobres' (futuros curandeiros, governantes, generais, etc.) em jornadas espirituais. A finalidade não é clara, mas quando regressam, os anões da tribo têm uma ligação mais forte com a natureza e seus integrantes naturais, portanto a divindade mais importante para eles é Alihanna, deusa da natureza. Os Durnmmantrku são voltados mais às artes naturais, geralmente tornam-se druidas, patrulheiros, guerreiros e bárbaros, e são raros os adeptos ao arcanismo e às religiões. JorgTakurgBrthraugr Drunmmantrkakullob, que veio a ser conhecido por Jorge, na língua comum, deixou a tribo para sua jornada depois do seu centenaversário e 20, e procura conhecimento sobre os animais e as plantas. Afeiçoado à caça e à briga, nunca aprendeu a ler e escrever. Aprendeu a tocar o alaúde com um companheiro anão que estava fazendo uma viagem, e desse anão ganhou o colar que leva no pescoço, um pentagrama de bronze com uma marca d'água de cabeça de rato. Conseguiu uma passagem em um navio para uma terra distante, e acabou náufrago em uma ilha desconhecida

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Cyberpunk 2.0.2.0

Sexta-feira, 17 horas, quartel-general da empresa de segurança Cyberdyne. O telefone toca, alguma secretária atende. Poucos segundos passam até que seja acionada a força-tarefa. Um grupo pequeno significa chegar mais cedo em casa, nada que dê muito trabalho. A missão é resgatar o velho Nostradamus, que está doente em seu apartamento, e levá-lo a um centro chiquérrimo de tecnomedicina. Deve ser bom ser milionário, andar com dois seguranças armados e uma médica particular pra uma simples visita ao consultório de um especialista.

McClane vai liderar; sujeito bem apessoado, com aqueles cabelos brilhantes e olhos de camaleão, sempre bem vestido, não fosse pelas várias camadas de roupa blindada. John Raptis parece que vai à guerra, armado até os dentes, fuzil, pistola, pele reforçada, nem parece gente. E a Dra. Bones, essa não se dá bem com armas, gosta mesmo é de reviver defuntos; pensando bem, nessa cidade não falta gente pra ela consertar.

É só pisar na rua pra se lembrar que toda noite é longa nesse inferno. O alarme começou com aquela gritaria dele, que só serve pra apavorar os civis. É a beleza da tecnologia, quando a sua segurança é feita por um computador gigante, você não precisa saber do que está sendo segurado, só sabe que deu merda. Confusão nas ruas (mais ainda do que de costume), barreiras nas saídas dos distritos, brigas. 16 quadras até a casa do velho, mais umas 20 até terminar a escolta. Com certeza o cara tem um motorista, ou ele provavelmente vai morrer no caminho.

McClane resolve ligar pra um amigo na polícia e pedir um helicóptero, que no meio dessa zorra toda é um tiro no escuro, mas não custa tentar. “Alô, Jorge, aqui é o McClane. Eu preciso de um helicóptero pra fazer a extração do velho Nostradamus que tá doente. É uma emergência cara, não tem nada que você possa fazer? Tá certo.” e desliga. “Vamos ter que andar mesmo”, completa.

A confusão piora com o aparecimento de uma gangue na quadra. “Vamos fazer alguma coisa a respeito disso?”, a Dra, sempre pensando nas vítimas, parece preocupada. Os soldados replicam, “A missão é mais importante, isso aqui é trabalho da polícia.”, e tomam um desvio para não lidar com aqueles meliantes.

Da segunda vez não têm como desviar, os bandidos estão batendo em civis, e a cara de um dos coitados parece que vai virar pudim. Como eles estão preocupados demais com suas distrações, McClane decide se aproximar furtivamente, só pra ser lembrado pela barulheira feita, que é um policial, não um ladrão. E começa o primeiro tiroteio de sexta à noite. Nada como um tiro no peito pra esquentar o sangue. A bala para no kevlar do colete, mas o impacto é suficiente pra tirar qualquer um do equilíbrio. McClane manteve-se em pé, mas não estava preparado, e os tiros continuam a vir. “Taquepariu”, pensa, “cadê o reforço?”.

Meia quadra atrás, protegido pelas sombras, Raptic olha pela mira do seu fuzil, e toma seu tempo, enquanto a Dra. Bones se esconde. Ela está preocupada com os civis, mas se morrer, não consegue salvar ninguém. A autopreservação sempre vence.

E é tiro pra lá e pra cá. McClane atira no braço de um sujeito, toma outro no peito, e cai no chão desequilibrado. Um outro maluco tem a perna destruída por um tiro de fuzil. Esses caras não são espertos, um deles acaba de atirar no companheiro. A Dra. corre pra verificar se McClane está vivo, e ajuda o amigo a se levantar. Ora, se o cara morrer, ela também morre.

Três bandidos caídos e ela acha que é a hora de verificar os feridos, e sai correndo em direção aos dois coitados, começa os primeiros socorros, e toma um tiro de raspão na perna. O desespero bate quando ela vê o peito do agressor ser aberto por outro tiro do Raptic. Ela não consegue se segurar, e entra em choque. É preciso um esforço de McClane pra ajudá-la a voltar a si. Eles não sabem, mas John Raptic passa por um choque diferente.
Uma coisa interessante sobre a psicose, é que você nunca sabe qual o gatilho dela. São muitos implantes, sabe? É o suprimento de ar, o injetor de adrenalina, a pele reforçada, e cada um deles vai subtraindo um pouco do que é ser gente. A cabeça dele já não funciona normalmente, e agora ele quase entrou em cyberpsicose. Olha de lado os gangsters caídos, gemendo, e por um instante, seus dedos correm pelo cabo da faca de cristal pendurada no cinto. Dessa vez ele consegue se controlar, e segue o caminho.

Mais adiante encontram a barreira policial, na divisa do distrito. As pessoas estão esperando que a polícia libere a passagem. McClane não pode esperar, o cliente vai estar morto quando conseguirem chegar. Apostando na sua autoridade (e na fama do Nostradamus, claro), ele pede passagem, e é facil convencer os soldados da gravidade da situação.

Agora só precisam chegar ao prédio do velho, mas é claro que não pode ser simples. Trabalhar na mídia só pode ser uma péssima ideia, o povo aglomerado na porta do prédio, querendo explicações de um velho gagá sobre o que está acontecendo na cidade é prova disso. Lá de dentro, o porteiro olha desolado. A porta não abre, protocolo de segurança, ativado automaticamente assim que o alarme foi acionado. Maravilhas da tecnologia. E é por isso que se tem sempre um cientista por perto.

A Dra. Bones dissecou o sistema de segurança como se fosse um cadaver. Não basta saber fazer, postura é tudo. Em menos de 30 segundos a porta estava aberta, e os três entraram e subiram até a porta do apartamento do velho Nostradamus.

Uma coisa interessante sobre a psicose, é que você nunca sabe qual o gatilho dela. Duas batidas na porta do velho, e ele grita lá de dentro pra irem embora. A Dra. reconhece a loucura, e fica apreensiva, sua mão percorre o mala de equipamento médico e encontra uma seringa. Mais duas batidas na porta, McClane diz alguma coisa pro velho se acalmar, e outro gatilho dispara, dessa vez na cabeça de Raptic, e a porta vai abaixo. Jogou a merda no ventilador. Começou o segundo tiroteio de sexta à noite.

Assim que Raptic derrubou a porta, levou tiro no peito, que parou no kevlar, atirou de volta e acertou o velho. McClane se jogou no companheiro e tentou imobilizá-lo. Sempre tente fazer o melhor de uma situação ruim, é o que dizem. E a Dra. Bones correu em direção a Nostradamus. Médicos e seus pacientes, não dá pra entender. O velho puxou o gatilho de novo, e acertou a médica na perna, fazendo com que ela caísse. Assim que cai, confusa pela dor, ela vê uma figura monstruosa correr e se atirar no velho, e ouve o estalido de ossos se quebrando. Uma pistola vai ao chão.

Enquanto o velho se estrebucha, dando socos e tentando se soltar de Raptic, que o segura, McClane entra correndo, e parece que tudo se passa em câmera lenta. Bones está no chão, perdendo sangue pelo ferimento de bala, tentando se injetar com uma seringa de morfina. O monstruoso Raptic tá em cima do velho Nostradamus, que tem um dos braços quebrados, e tenta atingir o soldado com socos. De relance ele vê outro corpo, desconhecido, caído num canto. O velho claramente está psicótico. Se é por causa dos implantes, ou se é por causa da idade, o futuro dirá. O que importa é que o cliente está seguro, e agora só precisa ser levado de alguma maneira para o hospital. Tudo está bem quando termina bem. Até a hora que não está mais.

Bones está imóvel. Tudo é muito pra cabeça dela. Era pra ser uma tarefa simples, mas a dor é muita, e a morfina agiu rápido demais. Sua visão fica turva, seus ouvidos pulsam, ela sua. McClane corre e pega uma seringa que ele imagina que seja de calmante na bolsa da médica. No desespero, tropeça e derruba o instrumento.

Já tomou um soco na cabeça? Um dado com vontade, daqueles de fazer zunir o ouvido? Raptic não sentiu dor nem nada, com aquela pele de rinoceronte dele, mas ficou irritado. Uma coisa interessante sobre a psicose, é que você nunca sabe qual o gatilho dela. Em um instante a missão está para ser cumprida, e no instante seguinte o velho Nostradamus está caído no chão, morto, com a faca Kendashi de Raptic entre as costelas.


Então McClane faz a única coisa que pode ser feita. Procura uma bebida, e senta em uma cadeira em meio aos corpos.