quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Lorivana 1 - O Castelo de Erian



Depois de derrotar aquela mocreia que nos enganou, acabamos por descansar um pouco. Ela tinha cara de ser gente boa, mas acho q não ficou muito contente depois q matamos seus guardas.

Pois bem, estávamos dentro de uma pirâmide e não tínhamos muito pra onde ir, só havia muitos tesouros, ouro, prata, tudo de bom e uma alavanca ali no canto. Enquanto Raptic estava experimentando as joias, eu fui juntando o que eu ia levar. Sabe como é, só o essencial. Algo no valor de 300 peças de ouro ia servir, talvez eu até guarde umas joias para me enfeitar quando essa confusão toda acabar. O problema mesmo foi tentar convencer o anão a me deixar colocar o tesouro lá dentro. Ele não estava a fim de colaborar e eu não tenho paciência com gente assim, a minha sorte (talvez) foi o Raptic entrar na conversa para convencer Jorge a colocar todos os metais em nossa bolsa mágica, o único ônus foi ter de dividir com ele metade dos tesouros, mas tudo bem, provavelmente pilharei e saquearei mais gente no caminho para aumentar minhas riquezas. Eu fico indignada com algumas coisas. O Jorge pode colocar o gato dele lá dentro e 30 litros de água, mas eu tenho de pedir permissão pra colocar só 50 Kg de ouro e prata? Vai entender...

Eu investiguei os arredores em busca de armadilhas, mas não encontrei nenhuma. Mal dei o sinal de segurança e Jorge já estava puxando a alavanca. Ele é sempre tão impulsivo! 

Após o ato do nosso companheiro, uma escadaria revelou-se e seguimos por ela com nossos camelos atrás. Caminhamos por horas e horas e eu já estava ficando cansada, mas pelo menos não estava ficando louca como os rapazes que pareciam até enxergar vultos. Raptic parou um pouco para meditar ou sei lá o que esses magos fazem, eu o acompanhei para descansar os pés, mas Jorge estava destinado a seguir em frente. Parecia que aquele túnel não tinha fim, não tínhamos noção de tempo nem de claro ou escuro, mais algumas horas lá dentro e eu ficaria louca, certamente.  Entramos num dilema se seguiríamos ou voltaríamos. Eu queria voltar, pois estava desconfiada que aquele túnel poderia ser outra armadilha para nos deixar presos para sempre, mas Jorge usou sua conexão com os animais que se manifestou através da sua gata. Ela deu sinais de que seria melhor continuar em frente e quem sou eu pra desconfiar dos instintos de um bichano? Eles são quase como nós, ladinos.

Andamos mais um pouco e outra alavanca. Jorge a puxou e finalmente! Ar fresco e a claridade natural. Ainda bem que era por do sol, porque não machucaria muito meus olhos depois de passar horas ininterruptas dentro de uma caverna escura. Além disso, lá estava o que procurávamos: a Torre de Erian. Depois de uma longa jornada pelo deserto, poderemos ter um descanso digno com comida boa e água. Tudo parecia ir muito bem até que PÁ! Demos de cara com uma barreira mágica invisível. E quem estava lá para nos receber? Aquele velho decrépito da caverna dos anões e suas charadas. Quantas maçãs cabem numa cesta vazia? Eu lá raios sei? Isso depende do tamanho da maça e eu, que costumo ser bem inteligente, já estava de saco cheio daquilo tudo. Por um desentendimento eu ouvi o velho falar  “quantas maças vazias cabem dentro de uma cesta” e acabei respondendo que nenhuma, pois maça vazia não existe, portanto cabem nenhuma. A minha sorte é que ele era justo e percebeu que eu havia entendido errado, porém antes de tentar responder pra valer, Jorge já jogou na cara dele um “OITO” e pronto, né? A areia começou a puxar nossos corpos para baixo e duas monstronas apareceram do nada. Valeu, Jorge. Pelo menos ele disse a resposta antes do combate. Uma maçã. Por quê? No momento em que você coloca uma lá dentro, a cesta deixa de ficar vazia. Pelo amor de Robin, que resposta mais sem noção! Mas aquele não era o tempo de combater charadas ambíguas com lógica.

Eu não estava indo bem nessa batalha, o que me frustra muito, especialmente pela a ideia de talvez morrer, o que não podia acontecer, e ainda por cima estava afundando na areia. Jorge conseguiu agarrar a pata daquela periquita gigante eu pensei em fazer o mesmo, mas a vadia me chutou forte. Sentindo me cada vez mais fundo na areia, eu não conseguia livrar-me e o desespero aumentava, até que Jorge gritou “Segura minha mão!” e num puxão me jogou pra cima daquele bicho. Puxa, obrigada, Jorge... Eu devo esta a ele de coração. 

Ao olhar para o lado, Raptic consegue matar uma delas, agora era a minha vez. Sem perder tempo, eu cortei a cabeça daquela monstrenga com a minha rapieira e, junto com elas, a areia movediça começou a desaparecer. Aquele velho nojento também. Algo me diz que voltaríamos a nos ver, para nosso azar. Eu saí da batalha um caco, mérito meu que eu comprei uma poção de cura e bebi antes de aparecer outro inimigo a frente.

Ao chegar na porta do castelo, fomos alertados que de que enfrentaríamos muitos medos, mas que uma recompensa gratificante nos aguardaria. A mesma balela de sempre. Abrimos a porta e nos deparamos com um breu assustador. Um escuro aterrorizante na verdade... Eu não sei porque, mas me veio a cabeça a visão de um mago abrindo um vórtex para me sugar para dentro e eu senti muito medo. Não conseguia ver nem ouvir meus companheiros, até que uma luz amarela formou-se a minha frente. Um relance de esperança passou por minha alma e logo morreu ao ver a luz transformando-se num gobling horrível. Encurralada, foi o que me senti. Eu sou muito melhor em combates em grupo, onde posso atacar furtivamente ou me afastar, mas sozinha? E agora? Tenho de enfrentar essa besta.

A batalha está sendo árdua e eu perdi muito sangue e mais um golpe perco a vida. Todo meu esforço para chegar até aqui será em vão? Minha família nunca mais poderá me ver por causa dessa criatura nefasta? Não permitirei. Levantei minha rapieira, presente do rei dos anões, e, com um golpe certeiro, empalei o coração daquele monstro. Vitória. Alívio. Ele caiu e se desfez, logo após o castelo se encheu de luz e pude ver meus companheiros igualmente feridos.

~Guta.

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