A areia fofa sob meus pés descalços, o vento soprando a minha barba, e o horizonte azul da praia contrastam com a destruição total do navio, e os corpos jogados no chão. Não é uma cena bonita.
Somos poucos sobreviventes, e um marinheiro já está tentando fazer um projeto de acampamento, pescando o que consegue dos destroços. Ele disse que precisamos de água, porque os barris se quebraram e ficaram cheios de água do mar. Pego alguns baldes, e chamo a meio-elfa pra me acompanhar, ela parece ser uma patrulheira, duvido que o elfo mago e a halfling ladina vão ser de alguma utilidade na busca por um oásis.
Conseguimos encontrar um bosque com uma lagoa, água boa pra beber. Enquanto enchemos os baldes, ouço uivos. Devemos ter entrado em terreno de uma matilha, e eles não estão gostando. Penso em pegar a água e sair o mais rápido possível, pra não causar problemas, mas não fui rápido o suficiente, e três lobos aparecem mostrando os dentes. Estou acompanhado por uma patrulheira, e eu mesmo sou bom com animais, não tem necessidade de lutar aqui não é?
Os lobos devem estar mesmo com medo da gente, porque um deles rapidamente pulou em mim e me abocanhou o braço, quase arrancou fora. Ah, que dor! Meu sangue ferve, e com um único e limpo corte de machado, separo cabeça de tronco. Se eu tivesse pensado mais rápido, não teria sido necessário matar o amigo lobo. Alihanna me perdoe! Os outros dois fugiram, e em seguida eu e a meio-elfa tomamos nosso caminho de volta para o navio destruído.
Quando chegamos de volta, o acampamento já está quase montado, os outros conseguiram alguns equipamentos importantes, e nos preparamos para dormir.
Acordo no meio da noite ouvindo gritos e guinchos. Uma batalha na escuridão. Com meus olhos de anão, consigo vê-los perfeitamente, pálidos e esguios. AH, MAS EU ODEIO ESQUELETOS! Pra cima deles! Levanto com meu machado em mãos, e começamos a lutar! A patrulheira ajuda, e o mago também, mas nada da halfling aparecer... Tivemos que lutar três contra três, e pouco a pouco os esqueletos viraram pó de osso.
Descansamos até a manhã seguinte, e seguimos viagem. Olhando de longe consegui ver o que parecia uma cidade acima de uma parede natural, e umas ruínas, tanto para o sul, quanto para o leste. Paramos frente a uma porta na parede da montanha, com o desenho de um martelo, e alguns desenhos de conversa. Empurrei a porta e ela abriu, mostrando uma caverna muito bem trabalhada. Um velho levantou de um canto e começou a falar umas coisas estranhas. Ele disse que teríamos três chances pra resolver o desafio, e se a gente errar, vai ter problemas. E aí ele falou que a gente tinha que saber uma coisa que é pequena, mas que não dá pra encher, e também se você colocar na cabeça, não é um chapéu. Alguma coisa desse tipo, não sei direito. A ladina disse que era peneira, e aí o velho se deitou de novo, nem falou se ela acertou ou não... Subimos umas escadas e tivemos que parar um pouco porque a ladina resolveu que ia futucar um baú que apareceu atras de uma porta que ninguém tinha visto. Ela me deu umas moedas douradas, mas eu já tinha algumas, então peguei um pouco e deixei o resto no cantinho, perto da parede.
Saímos da caverna na parte de cima da montanha, e resolvemos ir em direção à cidade. Já estava escuro, e os portões estavam fechados. Pedimos passagem, e os guardas se recusaram a abrir. Não tem problema, porque eu sou acostumado a dormir no mato.
De manhã, quando o portão abriu, fomos procurar alguma taverna. Os meus companheiros reclamaram muito e não conseguiram dormir no mato, eles gostam mesmo é de ficar presos dentro das construções. Encontramos uma taverna e comemos um javali assado. Estava muito bom, mas nada comparado com o que a minha avó faz. Passamos o dia comendo e bebendo, e pedimos para dormir nos quartos que estavam disponíveis.
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