Acordei junto com os outros, descansado o suficiente por ter dormido nessa caverna rusticamente aconchegante. Andamos por um corredor oposto ao qual havíamos entrado, e eis que à frente está uma porta fechada. Alguma coisa estava escrita, mas ainda não consigo decifrar. Isso tem me incomodado bastante. Na minha tribo não tinha que ficar decifrando escritos...
A patrulheira leu e falou na língua comum pra mim "floratil para sair, entradil para entrar", na língua dos elfos. Depois de discutir um pouco com a pequena ladina, elas chegaram à conclusão que tinham que dizer uma das palavras para abrir a porta. Passamos pela porta, e percebo que estamos novamente na cidade dos anões. Muito tempo parece ter se passado enquanto estávamos no labirinto. Resolvo ir em direção à cidade, e estão tendo uma festa, de novo em homenagem ao tal guerreiro poderoso.
Andando pela cidade, no meio de toda essa festança, um anão tropeça e esbarra e quase cai na patrulheira. É um anão muito bem vestido, com uma armadura preta impressionantemente forjada como obra de arte e detalhes em ouro. O anão pede desculpas pra patrulheira, e diz que seu nome é Clóvis, ou Clóggs ou Glog, tá muito barulho aqui... Ele é o príncipe da cidade, e o guerreiro poderoso de quem tanto se fala. E aí ele olha pra cara de cada um de nós, e diz que dá pra ver que somos aventureiros. Eu acho que depois de ficar um mês dentro de uma caverna, no máximo dá pra ver que a gente é um bando de sem teto, não fossem pelas armas, que a gente cuida muito bem. E aí ele fala que precisa de companhia pra próxima aventura dele, e que se a gente se interessar, ele conta pra gente o que é.
Decidimos que vamos andar com esse camarada, e aí eu percebo que estamos sendo seguidos na cidade. Uma criatura usando um manto comprido com capuz. Preparo minha funda pra atirar nele uma pedra. Acho que preciso praticar mais com a funda, porque a pedra foi diretamente pra cima, e caiu de volta na minha cabeça... Resolvi bolar um novo plano, percebendo, junto com a dor no cucuruto, que não ia dar certo o anterior. Viramos uma esquina, e fiquei de prontidão para agarrar o meliante, nem olhei se os outros estão prestando atenção. Quando o encapuzado apareceu, me joguei em cima dele com toda minha força. o capuz dele esvoaça na confusão. É um elfo! Me preparo pra bater no fulano, quando ouço uma voz esganiçada "por favor, não o machuquem, ele é a minha voz!".
Não sei o que fazer, viro minha cabeça de um lado pro outro tentando entender quem é e onde está esse sujeito, com essa voz estribuchada! Levo minhas mãos ao cabo do meu machado, e quando me dou conta, meus companheiros já estão com os olhos arregalados olhando pro Clóvis. Acho que o fulano pode estar escondido atras dele. E aí ele começa a falar com a voz desfrigonada! E explica que é uma vergonha ele ser um príncipe anão com voz de caixa de pregos, e que é um guerreiro treinado, mas tem medo de rirem dele por causa da voz...
OOOOOOKEEEEEY então... Esquisitão. Fiquei curioso pra saber como é que o mago sabe o que o Clóvis quer falar na hora...
Vamos ao castelo pra participar de uma refeição. Mas antes disso quero ver o ferreiro. Troquei meu machado grande e umas moedas douradas por uma espada muito grande, e também aprendi como funciona a tal espada mágica. Chegamos a conhecer o rei Thorin. A ladina perguntou a ele sobre a dica que recebemos ao encontrar o primeiro item que a dragonata pediu. O QUÊ? JÁ TEMOS UM? Onde foi que conseguimos? Ah, sim, a elfa morta. No meio de toda aquela confusão no labirinto, onde quase morremos algumas vezes, encontramos um colar e uma elfa morta, que desapareceu em fumaças assim que tiramos o colar. Também tinha um desenho na parede, que é a dica do lugar que precisamos ir, o castelo de algum outro mago... O rei Thorin nos disse que o nome da elfa era OPA, CHEGOU A CERVEJA! Agora sim essa festa tá melhorando! E também que o mago ME DÁ JAVALI AQUI! É ISSO AÍ!
Muita comida, muita bebida! "Opa Clóvis, chegaê, como que vai ser essa caçada lá? Como assim seu nome não é Clóvis? Ah, é Klogg... Tem certeza? Eita, as pessoas tão sendo transformadas em pedra?" Me lembrei do gatinho guardado na minha bolsa. Preciso descobrir quem está fazendo isso. Vai ser uma briga boa! Me inclinei sorrateiramente para olhar melhor esse cara. Ahá! Ele tem uma coisa enfiada na orelha. Será que é assim que ele conversa com o mago e fazzZZzzzZzZzZz... Não me lembro como saí da festa, mas acordei num quarto bem maneiro no castelo. Aliás, esse castelo é fenomenal, tô de cara.
Chegou a hora da aventura! Klogg pergunta se queremos andar ou se queremos cavalgar. Não vou perder a oportunidade de montar um animal da cidade! Ora, mas são pôneis... Achei que na cidade tivessem outros tipos de montarias. Nada a temer, sou bem conhecido de pôneis, lá em Durnmmantrku é a nossa montaria de escolha. Fechei meus olhos e busquei a luz de Alihanna dentro de mim. Pedi à deusa para me dar a oportunidade de conversar com suas criaturas, e pousei minha mão em seu focinho. Senti-me conectado àquele pônei majestoso, perguntei seu nome, e ele me disse Christofar. Pela nossa conexão momentânea, enviei minhas intenções de que não o faria mal, para que ele pudesse confiar em mim, e o montei.
Seguimos viagem junto com o Klogg e o mago magrelo que fala por ele. Viagem tranquila, numa passada boa, até chegarmos a um pântano. E é claro que somos atacados por lagartixas gigantes. O Klogg não consegue lutar em cima do pônei, deve ser esse peso todo de armadura que ele carrega. Já eu, leve, guio Christofar pela batalha, e torço para que seu espírito animal não se quebre frente às ameaças. A luta vai bem, apesar de demorada, e facilmente nos livramos desses monstros escamosos.
Algum tempo depois chegamos à entrada de uma grande caverna. É aqui que Klogg nos diz que vamos encontrar o culpado pela petrificação das pessoas e animais. Já é possível de fora ver algumas estátuas. Descemos dos pôneis, e entramos cuidadosamente nesse covil, sem saber o que vamos encontrar. Posso ver 3 ninhos, grandes, mas não o suficiente pra mim ou qualquer um de nós entrar. E é aí que somos emboscados. Duas serpentes saltam da terra e nos atacam. Essas serpentes não são problema pra nós, e não são o problema, porque cobras não transformam nada em pedra. E eis que ele aparece, e tem 8 patas, um rabo enorme, uma boca grande, e muitos espinhos nas costas.
Corro pra bater no monstro, e começo a sentir os braços pesados. Não consigo mover a espada o suficiente pra atacar. Tento uma segunda vez e... Agora sim vou te acertar seu filho de uma... Oi? Onde eu estou? Porque que tá todo mundo de lado?
Agora que passou um tempo, e o espírito animal deixou meu corpo, percebi que eu é que estava deitado de lado. Estou rodeado por meus companheiros, e também tem um padre aqui. O padre me disse que removeu a maldição de petrificação, que foi causada pelo basilisco. Eu devia ter protegido meus olhos, ao que parece. Aí uma das minhas companheiras me lembra do meu gatinho petrificado, e aí coloco ele em cima da mesa. O padre faz a reza dele, e fica pingando suor antes de conseguir salvar meu bichinho. Ele diz que essa maldição é muito maior que a que tinha caído sobre mim. Talvez essa jornada de salvação na qual a dragonata nos meteu passa pelo caminho de salvação desses animais petrificados. Tenho certeza que Alihanna ficaria muito feliz. Pego meu bichano e coloco de volta dentro da mochila.
"O rei Thorin nos disse que o nome da elfa era OPA, CHEGOU A CERVEJA! Agora sim essa festa tá melhorando! E também que o mago ME DÁ JAVALI AQUI! É ISSO AÍ!"
ResponderExcluirIsso foi TÃO o Jorge. Rachei XD