O rei ficou super satisfeito com a maneira que nós derrotamos o monstro, e resolveu dar uns presentes pra gente. Todos ganhamos armas novas e um papel com escritos, até o mago ganhou uma espada, mas a visão desse cara tentando segurar uma espada curta não é bonita. O papel eu posso trocar por moedas de ouro. Agora ele veio me trazer uma mochila nova. Mas ele disse que é uma mochila de magia, e que eu posso colocar muitas coisas dentro da mochila, muita coisa mesmo. Então comecei a colocar uma espada, e ela ficou todinha dentro da mochila. Daí coloquei outra, e mais uma machadinha, e outra machadinha, e também a minha mochila velha, e o gato e a garrafa com água e.... Acabaram minhas coisas.
Então chega um pessoal trazendo os pôneis que usamos para viajar, e o rei diz que eles também vão ser de presente! Esse rei tá muito feliz mesmo! Dou umas palmadinhas carinhosas no focinho de Christofar, e pergunto ao rei onde posso falar com aquele padre de novo. Vou até ele e peço pra ele tirar a magia de maldição da minha espada amaldiçoada. Depois volto pra falar com o rei.
"Rei Thorim, todos vocês aqui sabem ler esses desenhos de palavras?". "Sim, sim, todos aprendem a ler desde crianças.". "Quanto tempo demora? Eu também quero aprender.". "Ora, demora muitos anos.". Então perco um pouco a coragem... "Bah, quem tem tempo pra isso?". E aí o rei me pede pra esperar um momento, e sai. Quando volta, ele me entrega um livro de aprender a ler sozinho. E eu decido que vou me dedicar bastante para aprender a ler.
Então me preparo para viajar de novo, rumo ao castelo de Erian.
Mas antes, preciso fazer um desvio. "Companheiros, como parte do meu treinamento preciso completar um ritual, gostaria de saber se me acompanham em uma pequena mudança de caminho.". Todos concordam, então explico que preciso procurar um urso, e uso meus conhecimentos de rastreio pra saber se existem ursos na região. Não consigo saber com certeza, mas ainda tenho uma alternativa. Pego meu gato, seguro com cuidado, e olho bem no tuím pra saber se é macho ou fêmea. Descubro que é uma fêmea! O nome dela vai ser Paçoca. Então faço uma prece à deusa, pedindo pra ela me deixar usar o faro da gata. Com o faro aguçado, sinto o cheiro de um urso.
Chegamos à entrada de uma caverna. Lá dentro posso ver um urso negro adormecido. Peço aos meus companheiros para esperarem, porque preciso fazer isso sozinho.
Me aproximo cuidadosamente, para não acordar o grande animal. Rezo para Alihana me dar a voz dos bichos. Converso com o urso. Digo "Irmão urso, preciso de sua força, vamos nos tornar um com a benção de Alihana!". O urso parece um pouco confuso, mas concorda com meu plano, do jeito dele. Preparo minha espada, que desliza sem resistência para dentro da nuca do meu irmão animal. Peço à deusa para me unir a esse fabuloso urso, para que ele possa viver em mim como minha força e minha resistência. Com uma faca, começo a trabalhar a pele do urso, para fazer um gorro com o formato da cabeça do urso. Enquanto recito minhas orações sinto todo meu pelo crescer, e minha pele se tornar mais grossa. Quando coloco meu gorro, sinto a resistência do urso se juntar completamente à minha. Eu e ele somos um, e somos o guerreiro de Alihana!
Saio da caverna, meus companheiros olham com um pouco de espanto, mas não dizem nada. Então seguimos viagem.
A viagem vai tranquila, todos montados nos pôneis e felizes. Paramos à noite para dormir. Durante a noite, acordo com um pequeno alvoroço. Uma névoa apareceu onde estamos. À frente, vejo um espantalho. Tô achando tudo muito estranho, e me preparo para a batalha. Ao redor, alguns arbustos SE LEVANTAM DO CHÃO POR VONTADE PRÓPRIA! É arvore que anda agora, minha gente. Estamos completamente cercados pela natureza (geralmente eu acharia isso bom), e não é pela natureza de Alihana não, a deusa não tem nada a ver com árvore assassina, de jeito nenhum. E aí lutamos contra esses monstros, o espantalho foi queimado pelo mago, deixou um cheirinho de palha queimada no ar, os arvoredos também acabaram morrendo um por um.
Alguns dias depois, sem nada de dramático acontecer, olhei muito pro meu livro de leituras, ele tem os desenhos das coisas e junto tem os desenhos dos escritos de como que lê o nome da coisa que tá no desenho antes do escrito com o nome... Isso... E aí demos de cara com um tipo de cidade muito estranha, o ar parecia estar pesado. Decidimos seguir a estrada por fora da cidade, quando fomos abordados por uma sombra! Sim, uma sombra, sozinha, sem a pessoa junto fazendo a sombra. Coisa de mágica, com certeza.
A sombra falou "Vocês estão entrando no domínio do Bul Anor, e precisam fazer um teste para passar, se não fizerem o teste ficarão presos, e se não passarem no teste ficarão presos, e se fizerem o teste e passarem no teste não ficarão presos!", alguma coisa desse tipo. Então tá, qualé esse teste? Várias outras sombras apareceram e atacaram a gente! Mermão, foi espadada pra todo lado! De repente no meio da luta eu senti uma ventania louca, e eu fui sendo arrastado pra longe da luta! SÓ EU! QUE QUE TÁ ACONTECENDO NESSE LUGAR? Em seguida a ventania parou, e eu voltei correndo pro meio da bagunça.
Depois da luta, a tal da sombra mãe deixou a gente passar, e fomos tranquilamente seguindo pela estrada, e eu continuei lendo o meu livro das palavras de anões, até que chegamos na beira de um deserto. Daqui, conseguimos ver o alto da torre de um castelo. Deve ser o castelo do mago louco. Vamos parar e discutir o que fazer, pra depois continuarmos a viagem.