sexta-feira, 16 de junho de 2017

Jorge 16: A porta que não fecha e nem abre

Eu dei pescotapa, voadora, cabada de machado, grito de guerra, joguei areia, e venci a guerra. Estava me sentindo inspirado. Tá, não era só eu, também tinha o exército de anões, eles brilharam. E os elfos fizeram alguma coisa também...

Bati a mão assim ó, no pelo, pra tirar as gotas de sangue verde de monstro, e vamos entrar nesse ninho de orc. Os elfos medrosos querem andar intuitivamente. Não, fortuintivamente? Furtivindademente? AHRG, eles querem ir devagarinho pra ninguém ver que a gente tá entrando. Eu queria meter o pé na porta, mas NÃÃÃÃO, tem que fazer tudo que esses magrelos querem. Vê se eu tenho idade pra isso...

E lá vamos nós. Entramos na casa, tem só um corredor grande. Espaço mal utilizado. Lá na frente tinha uma entrada, então eu fiquei de vigia na entrada, enquando o dois elfos foram lá na porta olhar. Daqui a pouco me chamam, e eu dou uma olhadinha assim nessa entrada. Do lado de lá tá um salão bem grande, cheio de cadeira em volta, e um rapaz orc verde bem feio sentado na cadeira maior de todas, sabe como? Tipo como se fosse cadeira de rei, mas é bem mal feita, porque né? AH, ESSE DEVE SER O REI ORC!

E o elfo começa a dizer que eu sou um exemplo de anão, que eu sou muito forte, e que eu sou o mais importante desse grupo, que eu me importo com os animais e as plantas, e que a deusa me ama e me chama de querido e me manda beijo de boa noite. Então enquanto ele vai falando eu faço uma pose né? Já que finalmente fui reconhecido nessa budega!

Oi? Como é que é? Eu tenho que matar esse rei orc aí? Sozinho?

ENTÃO TÁ ENTÃO, VAMBORA! MÃOS AO ALTO SENHOR REI DOS ORCS!

É agora que vai começar o pega pra capar! Eu vou cortar ele todinho! Da cintura pra baixo, que é onde tá dando alcance... Grandinho ele ein? E ninguém pode dar uma mãozinha mesmo não? Não importa! Bate forte o tambor, e esse rei também tá batendo bem forte. Meu ouvido dá uma zumbida. Respiro fundo.

Mas no fim das contas, ninguém é desafio suficiente para o portador do espírito do urso! O machado de Alihana! O degolador de monstros! O desmatador de árvores! Como assim? É, ora bolas, os orcs mataram as árvores, agora eu vou lá e des-mato elas, com ajuda da deusa. Não?

O que importa é que o orc pediu penico. E agora que eu venci ele, ele disse que a gente pode entrar na porta que não fecha e nem abre. E aí ele pega uma chave a abre a porta que não fecha nem abre. E eu fiquei pensando que deviam dar outro nome pra essa porta, mas ninguém falou nada, e eu to bem cansado da luta, então fiquei calado. Depois que entramos, o que foi que os orcs fizeram? Fecharam a porta que não fecha nem abre. Ninguém entende os orcs.

Do lado de cá da porta que não fecha nem abre é uma coisa maravilhosa de se ver. Tá cheio de árvores e de plantas, e de animais. É um jardim secreto, dentro da casa dos orcs, que ninguém nunca visita, e aí tá tudo arrumadinho! Ai, eu quero morar aqui agora! A gente só vai precisar dar um jeito nos vizinhos, mas eu mando uma carta pro meu pai, e rapidinho a gente resolve esses problemas.

Andamos e descansamos, felizes e saltitantes, até chegar a uma torre. Lá no alto da torre achei um instrumento! Uma flauta! Diz a Irina que é a flauta de Hammelin, que a Jagga precisa dessa flauta. Essa dragoa perdeu as coisas dela pra todo canto...

Então eu comecei a tocar a flauta, porque eu sei tocar o alaude né, então deve ser mais ou menos a mesma coisa. Mas eu mal comecei a tocar, e teve um terremoto. Descemos correndo, pra não desabar junto com a torre, e quando chegamos lá em baixo o chão abriu no meio! Aí lá de dentro do buraco apareceu uma mulher, e ela tava pelada! Não, pera, que a mulher tá sendo comida por um monstro! Ih rapaz, não entendi. A mulher é o monstro? A mulher é a cabeça do monstro! Daqui pra baixo é uma aranha gigante, mas não é aranha, porque é monstro... QUE COSPE FOGO!

Essa vida de caçador de monstros tá cada dia mais difícil...

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