sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Jorge 13 - O mago Jorge e o mago Erian

Raptic pegou todas as pecinhas de metal, e montou uma chave com elas. Usando essa chave e o espelho pequeninho, o espelho no fim do corredor desapareceu. Atras do espelho, uma escada indo para cima. Vamos subir, eu e Raptic, as outras duas não quiseram. Entendo o sentimento, se eu subir isso e aparecer no meio do oceano, não vai ser bom pra mim.

No alto da escada, um dragão. Meus punhos se fecham ainda mais no cabo do machado. Odeio dragões, criaturas monstruosas de Megalokk. Ouço uma voz, vindo não sei de onde, falando várias coisas de teste e que tava observando bondade, carisma, e eu to procurando onde tem alguma pessoa, porque comigo aqui só tem o Raptic. E agora fala que temos que nos aproximar pra encontrar o Edrian!

Vamos em frente e o dragão desaparece, Raptic diz que era uma ilusão. Agora estamos todos aqui, o chão começa a se mover pra cima, e lá no alto está um dragão amarelo ainda maior que o outro! Meu joelho se dobra contra a minha vontade, e me sinto impotente frente a esse monstro. Ele demanda que deixemos o que é mais valioso pra nós aos pés dele pra que ele nos ajude. Mais rápido do que uma flecha da Irina, a Lorivanna coloca o ouro dela todo no chão. A Irina coloca as flechas. E o Raptic começa a brigar com o monstro. Ele segura o livro e diz que não vai deixar o livro dele coisíssima nenhuma, que ele precisa do livro pra fazer as coisas dele. Esse livro deve ter coisas muito boas lá dentro, porque todo dia o Raptic fica lendo ele com muita atenção quando a gente vai dormir.

O dragão ameaçou destruir o livro do Raptic se ele não entregasse, claro, monstros serão monstros sempre. E o mago jogou o livro junto com as outras coisas. Não tenho escolha. Esse é o pior sentimento que existe. Pra que foi que eu andei até esse castelo? Maldita paladina, me manipulando para ter com esse monstro nojento!

Eu me levantei com bastante esforço e olhei bem nos olhos desse maldito tomei a energia da deusa em meus músculos e disse "eu lhe ofereço a fúria de Alihanna". Falei bem alto pra ter certeza que ele entendeu o que eu disse. Como se a deusa fosse querer alguma coisa, a não ser a carcaça desse lagarto.

Ele lançou alguns livros pra nós, falou alguma coisa que eu não prestei atenção, e num segundo estamos de novo no deserto, e o homem está aqui, com os nossos pôneis. Esse Edrian acha que isso vai ficar barato, mas não vai. Eu tenho certeza que o Raptic vai embarcar comigo nessa. Lorivanna se rendeu muito rápido ao dragão, não entendi nada, ela sempre quer pegar o máximo de moedas e jóias, e nem piscou quando o dragão pediu tudo. Talvez ela apanhou com uma magia dele, não sei. A Irina é mais calada, não sei qual é a dela, mas se ela jogou ali as flechas como coisa mais valiosa, é porque ela gosta de espetar os outros, quem sabe ela não quer fazer espeto de dragão?

Agora estou mal humorado, e me sentindo ridicularizado. E não existe sentimento pior do que a falta de escolha.

Decidimos seguir a viagem pra onde temos que pegar a próxima arma da Jaga. Estaca com saudade do Christofar, e meu humor melhorou um pouco. Paramos para dormir.

Acordei no meio de uma névoa estranha, e ouvindo criaturas. Estou me sentindo mais alto, e acordei longe do meu machado. Tudo que tenho na mão é um cabo de vassoura. Não importa, corro até o inimigo, e tento bater nele com o pedaço de pau, mas não consigo acertar nenhum golpe, estou desengonçado. Esses golpes deles estão doendo bastante também. Sofridamente os inimigos são vencidos, e eu vejo um anão peludo segurando o meu machado e usando minha cabeça de urso! IMPOSTOR! Dou na cabeça dele com o cabo de enxada. A Irina me segura, e fala que ela é o Raptic, e que o anão que eu estou vendo sou eu, mas na verdade é a Lorivanna. Me solto das mãos dela, e dou na cabeça do impostor de novo!

Estou realmente no corpo do Raptic... Nada útil esse corpo, magro demais, fraco demais, alto demais. Faremos o melhor possível de uma situação de merda. A Irina chega e diz que vai me ensinar a usar magia. Com muito custo consigo fazer algumas coisas. Sinto uma energia estranha nesse corpo, toda vez que me concentro pra fazer uma mágica dessas. Tenho certeza que essa não é a energia de Alihanna. É interessante, no começo. Depois de algumas tentativas fico muito cansado, e consigo sentir a energia, mas não consigo controlar mais.

Chegamos a uma cidade próxima, e nessa cidade os animais estão falando, e as pessoas estão se arrastando no chão como bichos. Um avestruz está dizendo que a tartaruga descobriu que eles foram trocados de corpo por um viajante. A Irina conversa com o avestruz e diz que vamos ajudar a reverter essa maldição, já que também fomos trocados. Ótimo, agora temos que correr atras de um viajante, que provavelmente não é boa gente, e eu ainda tenho que estar no corpo de um mago elfo. Antes de sairmos, Raptic quer que eu faça um ritual, pensando na coruja do meu primo, a Docinho. Só que ele quer que eu pense na Docinho preta, e não branca como ela é.

Conseguimos encontrar esse viajante, seguindo umas dicas que a tartaruga deu. Ele é um fanfarrão, mas disse que vai voltar a gente ao normal, se passarmos por um teste. Primeiro ele quer que a Irina acerte uma maçã na cabeça da Lorivanna. A primeira flecha ela erra, e ela encontra repouso no ombro da ladina. A segunda flecha vai bem na meiúca da maçã. O segundo teste é pra Lorivanna abrir umas fechaduras, que ela faz sem problemas. E agora ele quer que eu leia um pergaminho de magia e lance uma magia em um outro mago que tá atirando em nós. A Irina tá aqui pra me ajudar a ler, mas é claro que dá errado. Não consigo fazer essas coisas. Essa energia é muito estranha e eu não gosto dela. A deusa que me ajude, se eu tiver que ficar nesse corpo, não sei o que fazer.

Felizmente a Irina conseguiu convencer o tal do viajante que ele tinha que transformar a gente de volta, já que fizemos o jogo dele, mas que não precisava se importar com a cidade. E isso foi exatamente o que ele fez.

Voltamos à cidade, e a confusão continua.

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