segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Jorge 12 - Espelho, espelho meu

Uma estátua segura um espelho. No final do corredor tem um espelho. Dos dois lados do corredor tem vários espelhos. Esse Erian gosta muito de se ver mesmo.

Lorivanna tira o espelho das mãos da estátua, e vira pra lá e pra cá, analisando tudo, enquanto eu espero o que ela vai fazer. Ela então vai olhar um dos espelhos grandes, e só de olhar pro espelho ele fica todo esfumaçado. Estou atras dela olhando o que ela vai fazer, e dou um empurrãozinho nas costas dela pra ver se pega no tranco, mas ela é tão pequena e magrela, que vai parar lá dentro do espelho. Opa! Então dá pra entrar nesses vidros! Fico esperando o que vai acontecer. Escuto ela chamar o Raptic lá de dentro, então agora já sei que está tudo bem. Como eles não precisam de mim, viro de costas e tento entrar no outro vidro. AI MINHA CARA! Pô, dei de cara com o espelho!

Agora parece que precisam de mim, e lá vou eu entrar no espelho. Do lado de dentro eles tinham aberto um baú, e lá dentro do baú tem um pedacinho de metal, e todo mundo tá olhando pra ele. Então eu pego a pecinha, e pronto. A Lorivanna de novo fazendo aquela cara esquisita pra mim.

Pisamos pra fora, e estamos de novo no corredor dos espelhos, ainda bem, achei que eu ia aparecer em alguma praia mundo afora. E decidimos entrar em outro espelho. Não vi como faz pra esfumaçar o espelho, da próxima vez vou olhar. Dessa vez entramos em um lugar cheio de letras no chão. Agora que eu já sei as letras, to tentando ver direitinho as letras e ler as palavras. O Raptic foi mais rápido que eu, já que ele tá acostumado a ler coisas escritas, e falou como a gente tinha que andar no salão. Chegamos do outro lado, e peguei mais uma pecinha.

Voltamos pelo mesmo caminho, e eu acho que é o espelhinho que deixa a gente entrar no espelho grande, então pego ele pra mim, e a Irina me ensina como que usa. Então entramos em mais vários espelhos. Em um deles enfrentamos um bando de cabeças voadoras, e em outro enfrentamos plantas carnívoras com pés e bocas abertas, mas só que não eram plantas, mas eram quase plantas carnívoras, eu acho. Em outro espelho eu achei várias vitaminas de fechar feridas. Teve um espelho que tinha muitos baús que eu tive que cheirar e olhar bem de perto, escutar direitinho e depois abrir. Todas as vezes eu pegava um pedacinho de metal no fim.

E aí entramos no último espelho. Logo que eu entrei fui atacado por algum inimigo, e por sorte consegui me desviar. Meus companheiros entraram um a um enquanto eu duelava com esse demônio. Dois cachorros se juntaram à luta, nós quatro encurralados contra o espelho, tentando fazer o máximo pra segurar a onda contra esses três monstros. Mas nem tudo são flores nessa vida, e depois de uma machadada especialmente precisa dada pelo inimigo, minha visão ficou turva, meus joelhos foram ao chão, fiz o possível pra segurar o machado. Em seguida, o gosto de sangue na boca, vejo o salão tombar de lado, e meus olhos se fecham.

Não sei quanto tempo passei desacordado. O pessoal derrotou os monstros, e Raptic sabe alguma coisa de medicina, conseguiu estancar os sangramentos, fazer umas bandagens, trazer meu corpo pra fora do espelho, e ficaram esperando pra ver se ia dar certo, se eu ia acordar...

E acordei.

Mais uma vez senti o espectro vazio da morte passar por mim e depois me deixar em paz.

Não sei quantas vezes terei essa sorte.

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